sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dissecando as Evidências do Darwinismo V




A questão da complexidade:


Relativamente á compreensão da evolução de estruturas bioqímicas complexas, esta tem muitas falhas pois estas estruturas não deixam registo fóssil. Deste modo, pode-se conjecturar sobre a reconstrução do percurso evolutivo a partir de percursores bioquímicos mais simples. Em oposição a esta linha de pensamento cientifico tem-se a hipótese do Design Inteligente apoiada no pressuposto da complexidade irredutivel que não fornece nenhuma evidencia ou conjectura do modo como o Designer teria elaborado tais mecanismos que seja credível.


Muitas das proteínas da coagulação sanguínea são produzidas por genes relacionados que surgiram por duplicação (mutação causada por erros de divisão celular). Os genes duplicados podem evoluir separadamente e terão funções separadas de acordo com as mutações que sofrem. Como exemplo de uma proteina envolvida no processo temos o fibrinogénio, que existe e desempenha a mesma função em todos os vertebrados, pela Teoria sintética da evolução, esta seria derivada de outra que teria tido funções diferentes num ancestral comum invertebrado, proteina esta que foi identificada por Russell Doolittle da universidade da califórnia em 1990 num invertebrado (‘pepinos do mar’) na China, cuja linhagem evolutiva se dividiu há 500 milhões de anos. Esta proteina não desempenha funções de coagulação.

Ainda outra questão relativa à evolução de estruturas complexas é a do flagelo bacteriano. Como já foi descrito num post anterior (“Evolução vs Criação III”: http://allthatmattersmaddy32.blogspot.pt/2012/07/y.html e “Evolução vs Design inteligente”: http://allthatmattersmaddy32.blogspot.pt/2012/07/evolucao-vs-design-inteligente.html ), explicações evolutivas foram apresentadas para explicar – pelo menos ‘superficialmente’ – a origem da complexidade deste mecanismo.

Um estudo realizado por Christina Toft e tarifas Mario A. (Departamento de Genética, Instituto de Genética Smurfit, da Universidade de Dublin e Trinity College, Dublin, Irlanda) apoia a evolução do flagelo bacteriano (embora não tenha demonstrado com exactidão como esta ocorreu), como se pode observar neste excerto:  

“A redução do genoma é uma característica comum da maioria dos patógenos intracelulares e simbiontes. Redução de tamanhos de genoma é uma das formas mais caracteristicas evolutivas de organismos intracelulares para evitar manter processos biológicos dispendiosos. Bactérias endossimbióticas de insectos são exemplos de economia biológica (…). Estas bactérias não têm motilidade (….). Devido a esta relação, muitos dos processos nestes bactérias foram perdidos ou sofreram remodelação enorme para se adaptar ao estilo de vida intracelular simbiótica. Um exemplo de tais alterações é a estrutura flagelo que é essencial para a motilidade bacteriana e infectividade. A nossa análise indica que os genes responsáveis ​​pela montagem flagelar foram parcialmente ou totalmente perdidos na maioria dos simbiontes intracelulares de gama-Proteobacteria. Análises genómicas comparativas mostram que os genes flagelares foram diferencialmente perdidos (…). Apenas as proteínas envolvidas na exportação da proteína dentro da via de montagem dos flagelos (sistema de secreção e corpo basal tipo III) foram mantidos na maioria dos endossimbiontes, enquanto que os envolvidos na construção do filamento e do gancho dos flagelos foram mantidos em poucos exemplos, indicando uma mudança na funcional na finalidade desta via. Em alguns endossimbiontes, genes que controlam a exportação de proteínas-chave e o comprimento do gancho têm-se submetido a divergência funcional como mostrado através de uma análise da sua dinâmica evolutiva. Com base enos nossos resultados, é sugerido que os genes do flagelo divergiram funcionalmente em como se especializar na exportação de proteínas (…)”. Um exemplo deste tipo de bactérias é a E. coli.

Outro estudo (A.P. White, K. A. Sibley) concluiu que os requisitos para a colonização do trato gastrointestinal humano podem levar a mudanças do estilo de vida da E. coli (bactéria flagelada) que, por selecção, estão na origem de maior virulência.







 No entanto ainda existem críticos – e hão-de existir, o que acaba por contribuir para a evolução do próprio conhecimento. Uma das críticas do Dr. Joseph A. Kuhn, MD é o facto de serem necessárias alterações muito significativas (mutações) para que um animal que respire água origine outro que respire ar e que é necessária a mudança de vários organismos e não de apenas um, no que se refere a fósseis de transição, como o Tiktaalik roseae. No entanto, sabe-se que os processos evolutivos são graduais e que foi encontrado mais do que um espécime no caso de várias espécies transitórias.

Este cientista também critíca a teoria da abiogénese apoiada pela experiencia de Urey-Mller (e outras na mesma linha) relativamente ao facto de ainda não se ter produzido em laboratório nucleótidos apenas na forma D, tal como existe nos seres vivos, o que reduz a probabilidade destes se formarem espontaneamente. No entanto, é de salientar que as condições da terra quando ‘jovem’ não são conhecidas, apenas se podem elaborar hipóteses e recriá-las em laboratório, pelo que estas contestações não demonstram que a Teoria da Abiogénese está incorrecta, apenas que ela não é exacta e que é por isso insuficiente para explicar todos os processos de formação das biomoléculas (e consequentemente da vida em si).

Algumas das moléculas resultantes da experiencia original de Miller na década de 50, a partir de metano, água e amoníaco foram: aminoácidos, glucose, adenina e ribose.
Aqui fica um esquema da experiencia de Urey-Miller:


Uma hipótese que poderá num futuro próximo vir a ser uma alternativa á teoria da abiogénese e que apenas contraria o primeiro pressuposto do Darwinismo moderno (de que as biomoléculas primitivas começaram por aparecer directamente no planeta Terra) é a da "Nova Panspermia" defendida por Hoyle e Wickramashinghe.

Referências Bibliográficas:

 (Os artigos que estão em Inglês podem ser encontrados através do pubmed)



Australopithecus sediba: A New Species of Homo-Like Australopith from South Africa - Lee R. Berger, Darryl J. de Ruiter et al



Was Dinosaurian Physiology Inherited by Birds? Reconciling Slow Growth in Archaeopteryx - Gregory M. Erickson, Oliver W. M. Rauhut


Jerry A. Coyne - Why Evolutionis true?, Oxford University Press, 1ª Edição: 2009, Oxford


Intergenic Sequence Comparison of Escherichia coli Isolates Reveals Lifestyle Adaptations but Not Host Specificity -


A.P. White, K. A. Sibley et al


Dissecting Darwinism - Joseph A. Kuhn, MD


Snake Heart -  A Case of Atavism in a Human Being - Ishmeet Walia, MD, Harvinder S. Arora, MD et al


Sexual dimorphism in Australopithecus afarensis was similar to that of modern humans Philip L. Reno*, Richard S. Meindl*,


The Evolution of the Flagellar Assembly Pathway in Endosymbiotic Bacterial Genomes - Christina Toft and Mario A. Fares


Mais um ramo na nossa árvore evolutiva (Ensaio – Ciência Hoje) - Felipe A. P. L. Costa, Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/275/mais-um-ramo-em-nossa-arvore-evolutiva

Archaeopteryx : An Early Bird, disponível em: http://www.ucmp.berkeley.edu/diapsids/birds/archaeopteryx.html

"Lucy's" body height and relative leg length: human- or ape-like? -


Helmuth H.

An early Australopithecus afarensis postcranium from Woranso-Mille, Ethiopia -


Yohannes Haile-Selassie, Bruce M. Latimer, et al


A Radiação Adaptativa, Disponível em: http://www.cientic.com/tema_evoluc_txt12.html

Richard Dawkins: O relojoeiro cego. Edições 70, Lisboa, 1986.   (p. 22–24.)

Antibiotic resistance and cagA gene correlation: A looming crisis of Helicobacter pylori - Adnan Khan, Amber Farooqui et al


Constructing primate phylogenies from ancient retrovirus sequences - WELKIN E. JOHNSON AND JOHN M. COFFIN

Meet Tiktaalik roseae: An Extraordinary Fossil Fish, disponível em: http://tiktaalik.uchicago.edu/meetTik.html


"Evolution Miths: The bacterial Flagellum is Irreducibly Complex" - Michael Le Page, New Scientist (16 de Abril de 2008), disponível em: http://www.newscientist.com/article/dn13663-evolution-myths-the-bacterial-flagellum-is-irreducibly-complex.html


The mastodon mitochondrial genome: a mammoth accomplishment - Alfred L. Roca


Blogs e posts recomendados:
 
http://www.observatorio.ufmg.br/pas37.htm  - Prof. Renato Las Casas, 27 de Novembro de 2001. (imparcial e informativo sobre a experiencia original de Stanley Miller e Urey)  
  

http://ceticismo.net/2009/09/14/maquina-molecular-mostra-como-nao-existe-complexidade-irredutivel/ (humorístico mas informativo)







http://scienceblogs.com.br/vqeb/ (céptico e informativo)

Sem comentários:

Enviar um comentário