domingo, 7 de outubro de 2012

Descodificando a Complexidade Especificada (parte 2)


Como já foi apresentado anteriormente (aqui: http://allthatmattersmaddy32.blogspot.com/2012/10/descodificando-complexidade-especificada.html), as moléculas não têm ‘códigos’ para 'significados' ou 'funções', não do modo que, por exemplo, as palavras têm na medida em que o seu significado é independentemente da estrutura quimica da tinta e do papel ou da natureza das particulas que a mensagem sonora faz vibrar e das propriedades químicas do objecto a que correspondem. Não existem ‘textos’no DNA. Existem apenas as suas propriedades que ditam o modo como estas vão interagir com outras moleculas, o que vai ter certos efeitos. Se chamamos código ao 'código' genético, temos que afirmar que a natureza cria 'códigos' -como a afinidade directa codão- aminoácido.


Quanto ás moléculas terem função, no contexto da abordagem dos proponentes do DI, este termo quer dizer que determinada molécula serve para fazer algo, como se a molécula servisse um propósito. A molécula não serve um propósito: a sua ‘utilidade’ (leia-se efeito) é uma consequência das suas propriedades químicas e da sua interacção com outras moléculas.


Daniel Dennet (filósofo da ciência) chama ao facto dos criacionistas verem propósito onde ele não existe de design stance
Esta simples observação das ocorrencias indicia que a origem do código genético 'informação' genética está nas propriedades quimicas da matéria, tendo como 'filtro de informação' a selecção natural (mais uma vez aplico o termo informação para me fazer entender pelo leitor).

De qualquer modo, afirmar que a natureza é incapaz de produzir o que Dembski e Meyer definiram como 'complexidade especificada' sem o demonstrar, não é modo de se argumentar.



Então porque é que os criacionistas continuam a insistir no argumento da ignorância (mais conhecido por deus das lacunas)? Porque é que continuam a afirmar que a ‘informação’ contida no DNA é independente da estrutura química das moléculas? Eu tenho a resposta: propaganda religiosa pura e simples.


Estou finalmente a perceber como os criacionistas ‘funcionam’: “ Temos que inventar que o DNA tem uma mensagem! É isso mesmo: temos que ser modernos, porque para as pessoas a Bíblia está ultrapassada e toda a gente fala do DNA.” E assim os criacionistas ficam felizes e contentes, pensando que conseguiram mudar alguma coisa… mas a merda é a mesma: chama-se criacionismo (só mudam as moscas…)


Eles sabem que não têm razão...




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