No texto anterior ("Ateísmo, Agnosticismo e Cristianismo")
falei da falta de evidências da existência de deus, entre outras coisas. Um dos
exemplos que dei foi o do unicórnio em Marte: é impossível procurar em todo o planeta Marte por
um unicórnio e no fim dizer que este não existe, pois podíamos não o ter
visto, pode-se tornar invisível, etc. (é de notar que o crente em unicórnios
marcianos poderia inventar o que lhe apetecesse relativamente a estes para
fugir á falsificação). Esta falta de evidencias leva á descrença em deus ou
deuses, sobretudo quando combinada com o conhecimento das várias oportunidades
que os teístas (cristãos e outros) tiveram de evidenciar a existência dos seu
deus. A mais famosa é a oportunidade de evidenciar deus através da confirmação
do criacionismo. Mas em vez disso, o ser humano descobriu a evolução e
possíveis explicações para a origem da vida. Existem ainda outros exemplos,
como por exemplo a hipótese de que os trovões sejam o resultado da acção de
deuses.
É claro que as
pessoas podem recorrer a deuses que não fazem nada para além de proporcionar
meios para o universo se originar. Mas evidências a favor dessa afirmação não
existem e adorar esse deus (se é que se pode assim designar) é inútil. Também
podem acreditar que a evolução estava nos planos de deus aquando da concepção
do universo ou que deus interveio na evolução através das mutações, por exemplo
(o caso da maioria católicos e de muito poucos evangélicos, pelo que sei até
agora). Mas se não existem evidências disso ou se um deus desses não é do tipo
de deixar evidências (como é o primeiro caso da primeira hipótese sobre a evolução e os planos de deus), então continua a não haver razão para acreditar nessas
afirmações e mais uma vez os teístas falharam quando lhes foi dada uma
oportunidade de demonstrar que deus existe. Em vez da existência de deus ser
evidenciada, os teístas tiveram que fugir com o rabo á seringa e inventar mais
umas quantas coisas sobre deus.
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