Segundo Richard
Lenski (et al), os processos responsáveis pela evolução de inovações-chave que
expandem oportunidades ecológicas permanecem pouco compreendidos. Lenski e a
sua equipa examinaram o modo como um vírus, bacteriófago lambda evoluiu para
infectar o seu hospedeiro, E. coli. A selecção natural promoveu a fixação de
mutações na proteína de reconhecimento J, o que contribuiu para que se
desenvolvesse infecção através de um novo receptor, OmpF (por mutações), após a
evolução da expressão reduzida do receptor LambB. Este estudo demonstrou que as
interações proteína-proteína podem evoluir incrementalmente.
Comentário:
Em 2007, Michael Behe publicou outro livro, “The Edge of Evolution”, a defender
o criacionismo (versão design inteligente) dos horríveis evolucionistas ateus.
A base do seu argumento é o facto da probabilidade de certos conjuntos de
mutações necessários para conferir determinada vantagem aparecerem completos
ser próxima de zero, sendo então requerido um designer inteligente (leia-se
deus). Lindo… o mesmo argumento da ignorância de sempre.
Neste
caso é demonstrada a capacidade de acumulação de mutações, produzindo uma
mudança na função, cuja probabilidade de surgirem em simultâneo é virtualmente
zero – o que contraria o pressuposto infundado do argumento da ignorância do
criacionista Michael Behe.
Mas os criacionistas
nunca mudam de opinião – esta é imutável como as crenças religiosas das quais
deriva. O melhor argumento contra a evolução que um criacionista pode utilizar
é a sua própria existência: Como é que uma ideia tão estúpida pode aguentar-se
praticamente sem modificação durante tanto tempo, numa sociedade cuja vivência
requer inteligência? Nestes termos, eu questiono se será apenas um efeito
‘colateral’ da evolução do nosso cérebro ou se de facto tem alguma vantagem
significativa para a sobrevivência.
Referências:
Ref.: Science 27 January 2012: Vol. 335 no. 6067 pp.
428-432, DOI: 10.1126/science.1214449, “Repeatability and Contingency in the Evolution
of a Key Innovation in Phage Lambda”, Justin R. Meyer, Richard E. Lenski (et al).
Artigo
completo (PDF) disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3306806/pdf/nihms362453.pdf
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