sábado, 24 de novembro de 2012

Evolução vs Criação: 153 Anos Depois


153 anos após a publicação da obra de Charles Darwin intitulada “On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life” (24 de Novembro de 1859, Londres) os criacionistas ainda não desistiram. A sua ‘guerra santa’ contra a ciência continua. Apesar das suas inequívocas e sucessivas derrotas, o criacionismo continua alojado nas mentes das pessoas religiosas como uma verdade absoluta, um dogma que na sua opinião devia dominar a ciência, a filosofia e a sociedade em geral.

Não se trata de um debate científico ou de 2 teorias científicas que pretendem explicar um mesmo fenómeno e que podem ser usadas em conjunto, mas de uma guerra entre ciência e religião, visto que o criacionismo (incluindo o do design inteligente) não tem nenhum fundamento empírico, não é baseado na observação e na análise de dados e não foi testada nenhuma hipótese relativamente a esta ideia disparatada. Trata-se de uma birra religiosa contra a ciência como de costume, mas desta vez foram longe demais: 153 anos e ainda não aprenderam a aceitar a realidade, neste caso, a derrota.

Charles Darwin foi um dos ‘fundadores’ do agnosticismo, tendo-se descrito a ele próprio como agnóstico no sentido em que provar a existência de deus não seria possível, não no sentido do agnosticismo ateísta de não acreditar em deus. É uma figura importante a nível filosófico (relativamente a esta ultima observação) e científico.

A teoria da evolução não falseia a existência de deus, no entanto as conclusões a que os cientistas chegaram encontram-se de acordo com a posição ateísta na medida em que o que observamos, incluindo a vida, pode ser explicado por processos naturais e em que a Bíblia não deve ser interpretada literalmente, como se fosse um texto científico ou uma narrativa histórica factual.

Darwin abandonou a posição criacionista face ás evidências. Qualquer pessoa sensata faria o mesmo.  

        
Referências:

- “CHARLES DARWIN: AGNÓSTICO Y CREYENTE”, W. R. Daros – INVENIO, Junho 2003

- “A Origem das Espécies”, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Origem_das_Esp%C3%A9cies (resume os assuntos abordados no original por Charles Darwin)

28 comentários:

  1. Agora só falta explicar a existência de cientistas ateus que lançam essencialmente as mesmas críticas que os criacionistas lançam.

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  2. O 1º não é cientista, é filósofo e as suas criticas são num ambito um tanto subjectivo. Ao segundo aplica-se o mesmo. No terceiro caso, segundo o que sei o cientista retirou a sua assinatura do documento "Dissident from Darwin".

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  3. Stanley Salthe não é criacionista. A Maria organizou o post de forma a que passasse a errada impressão que resistência à teoria da evolução fundamenta-se apenas e só na religião.

    Dois deles podem não ser cientistas (corrigindo o que eu disse em cima) mas são não-criacionistas que lançam críticas à TdE.

    Como é que a Maria explica isso à luz dest post?

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  4. "A Maria organizou o post de forma a que passasse a errada impressão que resistência à teoria da evolução fundamenta-se apenas e só na religião" Não fiz tal coisa. O que eu pretendia criticar era o fundamentalismo religioso dos criacionistas que parece não desaparecer. O criacionismo é obviamente inviável como ciência, não se tratando por isso de um debate cientifico (relativamente a criação vs evolução). Não disse que não existia mais criticas á TE. Não seja como o perspectiva, não faça espantalhos.

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  5. O que eu pretendia criticar era o fundamentalismo religioso dos criacionistas que parece não desaparecer.


    Mas a Maria escreveu: "Não se trata de um debate científico ou de 2 teorias científicas que pretendem explicar um mesmo fenómeno e que podem ser usadas em conjunto, mas de uma guerra entre ciência e religião". Desta forma, a Maria erradamente assume que críticas à teoria da evolução só podem vir de religiosos. Isso é manifestamente falso.

    O criacionismo é obviamente inviável como ciência

    Correcção: o criacionismo é inviável como ciência SE as crenças que dão apoio à teoria da evolução estão certas.

    Lembre-se que a Maria está a usar a sua interpretação do que é "ciência".

    não se tratando por isso de um debate cientifico

    É um debate sobre eventos passados com base em observações actuais.

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  6. "Desta forma, a Maria erradamente assume que críticas à teoria da evolução só podem vir de religiosos. Isso é manifestamente falso." Eu não assumo nada disso - só me referi ao facto de não ser um debate cientifico (mas sim ciencia vs religião) relativamente a criação vs evolução.
    "o criacionismo é inviável como ciência SE as crenças que dão apoio à teoria da evolução estão certas." Não. E não há apenas crenças a apoiarem a TE, mas sim evidencias, factos, dados. Se a TE fosse falsa ficariamos apenas com uma indeterminação. Se esta está incompleta, ficamos com uma ompreensão parcial do processo. E é tudo.
    E não, não é um debate cientifico quando o criacionismo é metido ao barulho, mas sim um debate ciencia vs religião.

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  7. Maria,
    só me referi ao facto de não ser um debate cientifico (mas sim ciencia vs religião) relativamente a criação vs evolução.

    Ok. A Maria tem todo o direito de ter a sua posição de fé nessa questão.

    "o criacionismo é inviável como ciência SE as crenças que dão apoio à teoria da evolução estão certas." Não. E não há apenas crenças a apoiarem a TE, mas sim evidencias, factos, dados.

    Qualquer pessoa diz isso da teoria em que acredita.

    Se a TE fosse falsa ficariamos apenas com uma indeterminação.
    Posição curiosa. Os ateus evolucionistas dizem que como a criação é falsa, então a evolução está certa, mas a Maria diz que o reverso já não se aplica. Gritante dualidade de critérios.

    A verdade é que só há duas hipóteses: ou o universo foi criado, ou criou-se a ele mesmo através de processos naturais (quando as coisas são colocadas desta forma, torna-se auto-evidente qual delas é mais provável de estar correcta). Evidências contra a teoria da evolução são evidências em favor da criação, e vice-versa. A teoria da evolução não é nem nunca vai ser a posição por defeito (nem o é a "indefinição").

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    1. "A Maria tem todo o direito de ter a sua posição de fé nessa questão." Não é uma posição de fé, é baseada na observação e naquilo que sei sobre o método científico.

      "E não há apenas crenças a apoiarem a TE, mas sim evidencias, factos, dados." Isto é a realidade. Estude um pouco mais.

      "Os ateus evolucionistas dizem que como a criação é falsa, então a evolução está certa, mas a Maria diz que o reverso já não se aplica. Gritante dualidade de critérios."
      Talvez alguns digam, mas eu não digo, pois isso seria uma falsa dicotomia.

      "ou o universo foi criado, ou criou-se a ele mesmo através de processos naturais (quando as coisas são colocadas desta forma, torna-se auto-evidente qual delas é mais provável de estar correcta)"

      Mesmo que os processos naturais conhecidos não sejam os correctos como explicação ou não representem a totalidade das ocorrências, isso não quer dizer que se pare de procurar outros capazes de fornecer uma explicação. E a hipótese mais provável é a da teoria da evolução. Dê uma vista de olhos nas evidências (é o que não falta por aqui e noutros lados).

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  8. "A Maria tem todo o direito de ter a sua posição de fé nessa questão." Não é uma posição de fé, é baseada na observação e naquilo que sei sobre o método científico.

    Então, se me permite, a Maria tem que alargar os horizontes e colocoar outras hipóteses em discussão.


    Mesmo que os processos naturais conhecidos não sejam os correctos como explicação ou não representem a totalidade das ocorrências, isso não quer dizer que se pare de procurar outros capazes de fornecer uma explicação.

    Sim, para quem rejeita à priori a existência de Deus, eu acho perfeitamente natural que ele busque outra causas naturais que expliquem como o universo criou-se a ele mesmo. Mas esse empreendimento está condenado ao fracasso pela simples realização de que nada se pode criar a ele mesmo.

    E a hipótese mais provável é a da teoria da evolução.

    Correcção: a hipótese naturalista mais provável é a teoria da evolução. Mas mesmo essa está totalmente fragilizada pelas evidências científicas.

    Lembre-se, Maria: o seu naturalismo não é ciência uma ve que não há forma alguma de testá-lo

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  9. "Mas esse empreendimento está condenado ao fracasso pela simples realização de que nada se pode criar a ele mesmo." O que é para si criar-se a ele mesmo?

    "Correcção: a hipótese naturalista mais provável é a teoria da evolução. Mas mesmo essa está totalmente fragilizada pelas evidências científicas." Não há evidencias da criação divina (nem de qualquer outro tipo). Quanto ás evidencias da evolução, tem muito que ler, que estudar.

    Eu não assumo que a natureza é tudo o que existe. Mas apenas a natureza está ao alcance da ciencia. As fadas, duendes e deuses não podem ser estudados, falseados ou provados reais através da ciência.

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  10. "Mas esse empreendimento está condenado ao fracasso pela simples realização de que nada se pode criar a ele mesmo." O que é para si criar-se a ele mesmo?

    Exactamente o mesmo que em qualquer outra discussão.

    Não há evidencias da criação divina (nem de qualquer outro tipo).

    (Tirando o universo e tudo o que nele existe)

    Quanto ás evidencias da evolução, tem muito que ler, que estudar.

    Não há a mínima evidência de que processos naturais são capazes de fazer aquilo que os defensores do Criacionismo dizem só poder ser feito por Uma Mente Pensante, Consciente e Poderosa.

    Eu não assumo que a natureza é tudo o que existe. Mas apenas a natureza está ao alcance da ciencia.

    A ciência estudo tudo o que interage natureza. Se o mundo natural pode não ser tudo, então não faz sentido dizer que não se podem levantar hipóteses que estejam para além do mundo natural.

    As fadas, duendes e deuses não podem ser estudados, falseados ou provados reais através da ciência.
    Se Deus existe, então a Sua interacção com o mundo natural pode ser estudada. Se não, então é impossível nós estudarmos os efeitos de inteligências alheias.

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    1. Estude um pouco de ciências (genética, Bioquímica, evolução) e depois falamos sobre evidencias... E já agora estude também um pouco de teoria da informação.

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  11. E já agora estude também um pouco de teoria da informação.

    As de Shannon ou de Dembski? A primeira é irrelevante para a discussão em torno das nossas origens, e a segunda e fatal para a teoria da evolução.

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    1. A segunda é irrelevante. A condição probabilística de CSI referida por Dembski não é evidência a favor da criação. Até um floco de neve triangular corresponde a essa condição. Os argumentos de Dembski já eu os conheço e são uma nódoa. É o argumento da ignorância do costume (e é dispensável).

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  12. A segunda é precisamente a que melhor explica a complexidade específica presente no ADN. ISto, claro, até que os evolucionistas identifiquem a força natural com a capacidade de gerar sistemas que dependam de informação em código.

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    1. Você não leu nada daquilo que eu escrevi (ou então não percebeu). E 'deus fez' não explica nada.

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  13. Li sim, Maria.

    E "Deus fez" explica muito, se a Maria aceita a definição normal para a palavra "explicação".

    Não se esqueça que explicar a operacionalidade é diferente de explicar a origem.

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  14. "Não se esqueça que explicar a operacionalidade é diferente de explicar a origem" O mesmo se aplica ao lucas que confundiu a minha referencia á origem com a minha explicação da 'operacionalidade'.

    Aceitaria a afirmação "A evolução fez porque A Origem das Espécies diz" como explicação?

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  15. Se estivesse de acordo com as evidências, sim. O problema é que não está.

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    1. "Se estivesse de acordo com as evidências, sim." Pois. Eu não. Além de evidências tem que se explicar o processo (é claro que nem sempre se pode conseguir uma explicação com todos os detalhes) - do tipo: ocorreu uma duplicação genética, que conferiu a vantagem de metabolizar citrato; Ocorreram 12 mutações pontuais que conferiram a característica X.

      "O problema é que não está." Por alguém repetir a mesma asneira muitas vezes esta não se torna realidade.

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  16. Se estivesse de acordo com as evidências a Maria não aceitaria essa frase?

    Além de evidências tem que se explicar o processo


    Não tem, não. OPERACIONALIDADE é diferente de ORIGEM. A Maria ainda não entendeu isso.

    Para uma explicação estar correcta não é necessário que se saiba a mecânica da mesma, mas sim que ela tenha poder para explicar os dados passados e justificar o porquê de eu ser capaz de fazer previsões.

    "O problema é que não está." Por alguém repetir a mesma asneira muitas vezes esta não se torna realidade.

    Concordo.

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    1. "Para uma explicação estar correcta não é necessário que se saiba a mecânica da mesma, mas sim que ela tenha poder para explicar os dados passados e justificar o porquê de eu ser capaz de fazer previsões." A questão que se põe não é se a explicação está correcta, mas sim se a alegada 'explicação' de facto explica o surgimento/ocorrencia de algo. É necessário para a explicação que se evidenciem os processos pelos quais algo surgiu. Por exemplo, se eu disser que foram as mutações e a selecção natural estou a dar uma explicação com muito pouco detalhe, mas ainda assim é uma explicação que aponta certos processos. Se eu disser o que lhe disse no comentário anterior já é uma explicação mais detalhada. Mas se eu disser 'evoluiu' ou 'a evolução fez', tendo todas as evidencias, eu apenas posso dizer o que inferi das evidencias: ex.: - era bacteria, evoluiu para a multicelularidade, depois para animais simples, depois para trilobites, etc. Isso não explica o "como". Explica tanto como 'deus criou a bactéria'.

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    2. Acho que está a confundir explicação com causa. Para si a causa é deus. Mas não tem uma explicação. Tem uma causa, uma ocorrência - a criação, tal como a evolução é uma ocorrência e não uma explicação.

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    3. "Por alguém repetir a mesma asneira muitas vezes esta não se torna realidade. Concordo." Se concorda pare de se comportar como se não concordasse.

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