segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Abiogénese: formação de oligonucleótidos


Há umas semanas atrás um criacionista perguntou-me por uma via pela qual se pudessem formar oligonucleótidos sem o auxílio das enzimas presentes nas células, como se eu tivesse que acreditar que foi deus que fez até ter uma resposta (que, penso que na opinião dele, nunca teria). Mas não é assim que funciona. Eu não tenho que acreditar em deus só porque não sei a resposta seja para aquilo que for. Isso é um argumento da ignorância. Eu apontei para uma via (anteriormente referido aqui no blog – deve estar num dos textos relacionados com a porcaria do código, como de costume), mas realcei que os cientistas não tinham como objectivo recriar condições pré-bióticas ao reproduzirem essa via, mas sim que servia para consciencialização relativamente ao apelo á ignorância.

Hoje descobri (por acaso, enquanto passeava pela internet) 2 artigos sobre o assunto.  

Ambos os estudos apresentavam a hipótese de oligonucleótidos poderem ser formados a partir de imidazólidos de nucleósido 5’ fosfatos, provavelmente disponíveis num ambiente pré-biótico (1, 2), sendo que um deles aponta para a possibilidade das moléculas só com as formas L ou D serem poderem replicar-se convenientemente e os que apresentarem ambos não (1). Uma das vias pelas quais os oligonucleótidos podem ser produzidos é com o uso de soluções aquosas neutras e com iões metálicos bivalentes como catalisadores (2). Eu não gostaria de ser criacionista neste momento, nem a cada segundinho que passa da minha vida eu suportaria tal coisa, mas enfatizo este momento, porque de facto deve ser duro ler coisas destas e ter, por auto-imposição (?), que continuar a acreditar que tudo foi feito por um deus maluco e homicida em 6 dias.


Referências:


2. http://link.springer.com/article/10.1007%2FBF02100072?LI=true# (pode-se consultar o artigo todo, apenas não se pode fazer download)

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