Hoje deparei-me com esta frase num blog criacionista (1): "O
universo, na sua imensidão, foi especialmente criado para nós, humanos, para
que pudéssemos ver e apreciar a glória e o poder de Deus." Se um peixe
falasse e pensasse, este diria que o mar está cheio de água para ele poder lá
viver e que o mar foi criado de propósito para ele. E aí começaria a adorar
deus(es) - o criador do mar e deles próprios. Talvez um dia, mais tarde, os
peixes descobrissem que isso não era assim, que tinham evoluído por um processo
incremental e que eram insignificantes perante o todo. Mas alguns ficariam
sempre na mesma, a pensar que tudo gira á sua volta e a estranhar o progresso
científico e ideológico. Outra coisa inconsistente é um deus criar um universo
como o nosso, criar vida inteligente, criar toda a diversidade que observamos e
depois cingir-se a coisas comparativamente insignificantes como transformar
água em vinho, fazer arder arbustos e ressuscitar um carpinteiro judeu (de
acordo com a Bíblia). E pior ainda: na época de Jesus pessoas a ressuscitar era
um evento comum (2), provavelmente devido aos falsos positivos para mortos, ou
então era mais um mito com origem naquela época tão propícia a esse tipo de
coisas. Qualquer uma destas explicações é mais consistente quer com um universo
com um deus que criou tudo o que vemos (directa ou indirectamente), quer com um
universo/multiverso sem deus.
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