A evolução
ocorre em populações e não em indivíduos
Tenho-me deparado com questões na internet e
afirmações criacionistas (1) que demonstram a seguinte confusão seguinte: seria
muito difícil para o primeiro indivíduo de uma nova espécie encontrar um
parceiro. Híbridos são inférteis, então o espécime recentemente evoluído não
seria capaz de procriar com sucesso, a não ser que um outro indivíduo do sexo
oposto evoluísse da mesma maneira.
O erro dessa alegação está no
desconhecimento de que a evolução não ocorre a nível do indivíduo, e sim da
população. Ou seja, não é o indivíduo que evolui, mas sim vários indivíduos, ao
mesmo tempo.
Na realidade, uma forma comum de
especiação é por isolamento geográfico. Isso ocorre quando uma população é
dividida em duas, e ambas vão se tornando mais e mais diferentes uma da outra,
ao ponto de se se encontrarem, não poderem mais cruzar entre si.
A estase e os fósseis vivos
Outra questão que os cientistas
estudam relativamente á evolução é a da estase e a dos fósseis vivos
(obviamente inter-relacionadas). A estase e os fósseis vivos não são evidências
contra a teoria da evolução. Primeiro: as espécies evoluíram ao longo do tempo,
apenas mudaram menos. Segundo: o ambiente pode ter mudado pouco ou nada e não
terem ocorrido mudanças anatómicas acentuadas, ou as mudanças
anatómicas (e fisiológicas) podem ter sido internas, não podendo ser inferidas
pelo registo fóssil, sendo a estase uma espécie de falso negativo para mudança
significativa.
É ainda de notar que o registo
fóssil de um modo geral demonstra mudanças acentuadas ao longo do tempo e
divergência de linhagens, pelo que temos todas as razões para tentar explicar
esta ocorrência de uma perspectiva evolutiva. E até agora as explicações são
plausíveis. A primeira pode servir para certos casos e a segunda para
outros.
(1) Nota: Algures no blog “Darwinismo”
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