Ann Gauger falou sobre genética de populações há uns tempos
(isso já foi mencionado no blog), afirmando que os biólogos não deviam assumir
ancestralidade comum quando lidavam com genética de populações. Primeiro pensei
“o que é que tem uma coisa a ver com a outra?”, mas depois pensei que ela
queria que alguém considerasse a possibilidade de que inovações não fossem
produzidas por mutações na descendência mas sim por um designer (o deus dela).
Doidos como os criacionistas são, não é assim tão admirável e era a única
maneira do que ela disse ter sentido. A única coisa que eu na época não
consegui encaixar naquele estranho discurso foi o conceito de homoplasia. Mas
agora li um artigo sobre o assunto e apercebi-me que Ann Gauger devia ter dito
filogenia e não genética de populações (1). Foi épico. Mais um epic fail
criacionista.
Encontrei também um artigo (no mesmo blog), que demonstra
porque é que Gauger não tem razão quando afirma que os cientistas querem que o
público ignore a homoplasia (semelhança devida a processos evolutivos – ex.:
evolução convergente) e que assumem ancestralidade comum apenas pelas
semelhanças. Isso, eu já tinha constatado anteriormente que é falso, que os
métodos de investigação permitem distinguir (se não, seriam inúteis). Os
cientistas não assumem ancestralidade e já está. Eles investigam (coisa que o
pessoal do Discovery Institute não faz). Deste modo, num artigo publicado na
revista PNAS (citado no artigo supra-referido), pode ler-se o seguinte: « (…) phylogenetic analyses of 20 unlinked nuclear genes reveal
a genome-wide signal that unequivocally places tinamous within ratites, making
ratites polyphyletic and suggesting multiple losses of flight. (…)The most plausible hypothesis
requires at least three losses of flight and explains the many morphological
and behavioral similarities among ratites by parallel or convergent evolution. » (2)
Referências:
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