segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ateísmo: como dizer a pais cristãos que és ateu?

É verdade que se pode dizer que eu não tenho muitas experiências nesse campo para contar na primeira pessoa, pois os meus pais não eram muito religiosos e pode-se mesmo dizer que eram agnósticos e, além de na minha casa não se pregar a existência de nenhum deus, durante a maior parte da minha infância só me levavam à missa no Natal e por vezes na Páscoa. No entanto, eu convivi com crianças e adolescentes cujos pais eram muito religiosos e os obrigavam a rezar antes de deitar, ir à missa de domingo regularmente e a noção de deus era quase uma constante em casa dessas pessoas. Por isso eu consigo fazer uma ideia de como é ter que dizer a uns pais desse género que não se acredita em deus e não se quer ir à missa por isso. É claro que além da religiosidade temos que considerar também o feitio das pessoas: se são tolerantes relativamente a outras opiniões, a outras religiões, se são pessoas calmas ou se se irritam com facilidade. 
Eu já contactei com casos de vários tipos, embora todos passados com famílias católicas. Uma colega minha que já não acreditava em deus estava a ser pressionada pelos pais para ir à catequese e fazer a crisma (também designada por confirmação). Além disso também a chateavam por não ir à missa. E quase todos os dias havia discussões lá em casa. Nunca chegou ao ponto de castigos /violência física (que eu saiba, mas acho que ela não ia dizer a ninguém se assim fosse). O que me pareceu mais estranho neste caso é que os pais da rapariga nem se ralavam com as notas da filha; ralavam-se era com as escolhas religiosas desta. Isto para mim não é normal: o que é que é pior: ser ateu e ter um emprego decente ou ser muito religioso e fazer carreira a varrer ruas? Mas voltando ao que interessa: nestes casos o que se deve fazer é exactamente o que ela fez: manter a sua posição até ao fim, a menos que se passe a pensar de modo diferente, usando a razão e não agir por medo.
Apesar do que afirmei anteriormente, há ainda que considerar que pode ser pior do que o que eu descrevi e os pais cristãos (católicos ou outros) se podem tornar violentos, especialmente evangélicos fundamentalistas. Por muito menos que ser ateu (para o evangélico fundamentalista isso é um dos piores crimes contra deus), uma menina de 7 anos foi espancada até à morte e era regularmente espancada (ela e os irmãos) com cintos, paus, tubos, etc, tudo isso um nome de deus. Segundo a descrição que fizeram do corpo nas notícias da CNN, a criança parecia uma vítima de um sismo (1). Nem se quer mostraram os ferimentos mais graves da menina (já morta) e da irmã para evitarem o choque de quem estivesse a ver as notícias. Portanto, quando alguém ainda é jovem (normalmente entre os 10 e os 18 anos) e ainda vive na mesma casa que a família é aconselhável que em casos em que os pais sejam muito religiosos e tenham comportamentos violentos normalmente ou, mesmo que não tenham, se forem cristãos evangélicos fundamentalistas, irritando-se facilmente quando o assunto é religião, e cujo discurso habitual seja algo como: «A evolução é uma mentira vinda do inferno e os evolucionistas parecem possuídos», ou «O ateísmo leva à imoralidade»*, nem pensar em dizer nada antes de saírem de casa e quando disserem, que seja de preferência por telefone ou carta, ou e-mail, algo do género. Aí podem dizer tudo o que pensam. Mas já sabem que não podem contar mais com os vossos pais.
É preciso ter em atenção que não estou a estender isto a todos os cristãos evangélicos; como eu disse, o feitio das pessoas também conta, não apenas a devoção religiosa. Mesmo entre os cristãos evangélicos há pessoas tolerantes e que tentam conversar em vez de partir para discussões ou violência.   

Ref.:



*Baseado no discurso do Mats. 

2 comentários:

  1. Estou livre de crendices, dogmas, superstições e digo não, à doutrinações deturpadas e doentias de meia dúzia de místicos da idade do bronze. Meu amor por vocês é incondicional e não se submete a nenhum tipo de relativização e se a recíproca não for verdadeira, paciência. Amo vocês. Beijos.

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  2. ESTE TAL DE Jesus não tinha uma mensagem de pluralidade de crenças, pois mandava seus seguidores venderem a terra, o gado, nada de cuidar do futuro dos filhos, simplesmente segui-lo porque era a luz e ninguém chegaria ao pai a não ser por ele, estabelecendo assim, a exclusividade da senha para a salvação e condenando pela ignorância da revelação, bilhões de pessoas que existiram antes de sua vinda, bilhões de muçulmanos, bilhões de hindus, bilhões de budistas, bilhões de indígenas, bilhões de comunidades insulares mundo afora, que jamais ouviram falar neste tal de Cristo, o que inevitavelmente nos leva à conclusão de que era apenas mais um demente com mania de messias.

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