sexta-feira, 7 de junho de 2013

Evolução e saúde II (a teoria da evolução não é inútil)


Como se deu a conhecer através de exemplos anteriormente referidos, a teoria da evolução trouxe algum contributo para a área da saúde. 
A variação decorrente de mutações nos vírus é tida em conta relativamente à vacinação e à administração de fármacos anti-virais. Por exemplo, o HCV (vírus da hepatite C),  um vírus de RNA de cadeia simples, tem uma elevada taxa de mutação, o que leva a uma maior variabilidade, o que é importante para a sua evasão ao sistema imunitário e resposta à terapia. Esta situação é, portanto analisada através de uma perspectiva evolutiva: a variabilidade decorrente das mutações pode levar à adaptação dos vírus - resistência aos fármacos, evasão imunitária, entre outras coisas (1).

Outra das coisas que deve ser analisada por perspectiva evolutiva, é a resistência do agente etiológico da malária a fármacos como a cloroquina. Mais uma vez as mutações levam a que o parasita (Plasmodium falciparum) adquira resistência aos medicamentos, pelo que é preciso desenvolver novos fármacos para combater esta doença infecciosa. Este assunto foi apresentado no V congresso de Análises Clínicas e Saúde Pública da ESALD pela Prof. Dr.ª Ana Júlia Afonso (IMT), no qual eu estive presente (2). 

Em geral, quem se opõe à ciência, inclusivamente à teoria da evolução (normalmente por motivos religiosos) afirma que os médicos não necessitam da teoria da evolução, mas esquecem-se de que a medicina é muito mais do que passar receitas. Muitos médicos dedicam-se também à investigação na sua área, bem como outros profissionais de saúde. 

Referências: 




Nota: Se algum criacionista pensar em comentar este texto, é bom que tenha feito pelo menos uma cadeira de genética e outra de virologia clínica. Só para que fiquem avisados. 


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