O argumento cosmológico é algo como isto:
Premissa 1. Tudo
o que começou a existir tem uma causa
Premissa 2. O Universo começou a existir
Conclusão: logo o Universo tem uma causa.
Premissa 2. O Universo começou a existir
Conclusão: logo o Universo tem uma causa.
Daqui os crentes
partem para a afirmação de que a causa é o seu deus particular (o deus
judaico-cristão normalmente), o que não pode ser inferido pelas premissas
acima, como referiu o Ludwig Krippahl na penúltima entrada do "Que
treta!" ("O
argumento cosmológico"). Nesse texto, o argumento usado por filósofos
(pregadores?) cristãos como William Lane Craig é corrido à vassourada para fora
de debate pelo autor do blog.
O Ludwig Krippahl
chama a atenção para o facto da física moderna demonstrar que há coisas
que começam a existir e que não têm causa, pelo que a primeira premissa é
falsa. E o pior (para os crentes, claro) é que a segunda premissa também é
falsa - é preciso que o Universo tenha tido um começo no sentido de haver um
instante antes do Universo surgir, depois o instante em que o Universo surge e
por aí fora, que é aquilo a que se refere a segunda premissa (só assim é que
podemos falar de causalidade porque a causa tem de preceder o seu efeito), mas
não houve um “antes do Universo" e nem houve um começo propriamente dito
(no tempo), segundo Hawking e Hartle.
Recomendo aos
leitores que sigam o link acima e acedam ao texto. Vale a pena ler.
Para terminar
quero dizer uma coisa: o vácuo quântico de onde podem surgir universos encaixa-se
perfeitamente nas teorias da física, empiricamente fundamentadas, pelo que
qualquer pessoa com o mínimo de discernimento devia fiar-se nessa hipótese e
não num deus que aparece num conto para crianças da Idade do Bronze, sobre o
qual se foram inventando mais umas quantas coisas.
Errata*: A causa pode não preceder o efeito, mas é de notar notar que nada está garantido, quanto ao argumento, a respeito do facto do universo ter tido uma causa, uma vez que o universo não começou a existir no sentido de que foi um evento no tempo e no espaço, mesmo se considerássemos que a primeira premissa é verdadeira, pois esta refere-se a observações relativas a ocorrências no espaço e no tempo, aqui no nosso universo.
Existem evidências de que o universo surgiu espontaneamente do nada, sem precisar de deus. (para mais, ler a parte II)
*Actualizado em 18/3/2014
Errata*: A causa pode não preceder o efeito, mas é de notar notar que nada está garantido, quanto ao argumento, a respeito do facto do universo ter tido uma causa, uma vez que o universo não começou a existir no sentido de que foi um evento no tempo e no espaço, mesmo se considerássemos que a primeira premissa é verdadeira, pois esta refere-se a observações relativas a ocorrências no espaço e no tempo, aqui no nosso universo.
Existem evidências de que o universo surgiu espontaneamente do nada, sem precisar de deus. (para mais, ler a parte II)
*Actualizado em 18/3/2014
Este post vem exactamente de encontro ao que penso, ao que sei e de encontro a tudo o que em ciência foi dito.
ResponderEliminarAceito melhor um erro cientifico do que uma verdade apoiada numa qualquer teoria teológica ou metafísica.