segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Insectos robóticos e a evolução das aves

Ao testar uma barata robótica, os cientistas envolvidos no projecto lançaram alguma luz sobre a evolução das asas e a origem do voo das aves.
Devo lembrar que a teoria actualmente aceite afirma que as aves são descendentes directas dos dinossauros e que as evidências fósseis são imensas a favor desta, tais como as várias espécies de dinossauros com penas e de pássaros ainda bastante parecidos com dinossauros.
Uma das questões que tem moído a cabeça dos biólogos é: Qual seria a função inicial das asas, uma vez que, no início, o animal não iria usá-las para voar, visto que não eram suficientes boas para isso?
Uma boa resposta pode ser a seguinte: ajudá-los a manter o equilíbrio e a mexerem-se de uma maneira mais eficiente.
Esta é a conclusão de Kevin Peterson e Ron Fearing, da Universidade de Berkeley (E.U.A.).
Estes cientistas estavam a estudar um pequeno robô com uma mobilidade semelhante à de um insecto. o robô em questão, isto é, o Dynamic Autonomous Sprawled Hexapod (DASH), foi inspirado numa barata.
Como o andar do robô deixava a desejar, eles resolver instalar asas para ver se isso o tornava mais capaz.
Embora as asas tenham melhorado significativamente o desempenho do DASH na corrida (passando de 0,68 metros por segundo (m/s) para 1,29 m/s) - isso não seria suficiente para que ele levantasse voo.
Além de permitir que o voo planado, as asas permitem que o robô suba em superfícies bem mais íngremes, passando de uma inclinação máxima de 5,6 graus para 16,9 graus, condizente com o comportamento de um animal que precise chegar muito alto para saltar, pelo que os cientistas pensam que isso é um reforço para a hipótese de que o voo começou com animais que saltavam de árvores e abriam suas proto-asas para planar.
O biólogo Robert Dudley, também de Berkeley, afirmou que a barata robótica não é o melhor modelo para estudar o voo dos pássaros porque esta tem seis pernas, e não duas, e as suas asas são de plástico inteiriço, muito diferente de penas.
Por tudo isto, este experimento não é suficientemente preciso. Mas este gostou da ideia do uso de robôs para estudar a evolução e afirmou que o que esta experiência demonstrou foi a viabilidade de usar modelos robóticos para testar a hipótese das origens do voo.
Então, agora devem ser construídos modelos mais semelhantes aos dinossauros, cujos fósseis preservaram as primeiras penas.

Referências

- Experimental Dynamics of Wing Assisted Running for a Bipedal Ornithopter
Kevin C. Peterson, Ronald S. Fearing
IEEE Int. Conf. Intelligent Robots and Systems
Sept. 2011


- «Inseto robótico esclarece elo perdido entre dinossauros e aves», Moisés de Freitas, 20/10/2011 – Inovação tecnológica (disponível aqui: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=inseto-robotico-elo-perdido-dinossauros-aves&id=010180111020)

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