sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Notícias Evolutivas II


Adaptação de genomas:

Um objectivo importante na biologia evolutiva é entender as origens e destinos de mutações adaptativas. A selecção natural pode agir para aumentar a frequência de mutações novas benéficas, ou daquelas presentes na população (variação genética). Estas mutações benéficas podem finalmente alcançar a fixação numa população, ou podem parar de aumentar em frequência uma vez que um determinado estado fenotípico foi alcançado.

Até à data, apenas algumas experiências sobre evolução para as quais os dados de todo o genoma estão disponíveis foram realizadas. Uma revisão descreve os resultados das populações estudadas em laboratório com e sem recombinação sexual. Em sistemas assexuadas, os resultados até à data sugerem que a fixação, completa destas mutações nem sempre é observada. Em sistemas sexuais, nos exemplos (reconhecidamente poucos) tem-se que a fixação completa também nem sempre é observada.


Comentário: A ciência vai-se desenvolvendo num processo incremental (como a própria evolução biológica). Compreender o equilíbrio dinâmico da genética de populações é algo a que os cientistas se dedicam desde que passaram a ver a evolução como um fenómeno populacional.


Origem da cooperação entre as moléculas da vida:

De acordo com um estudo recente, em virtude das propriedades únicas do fulereno, uma grande molécula de carbono ultra-robusta foi o primeiro progenitor da vida. Seria um modelo biológico estável em que as pequenas moléculas espontaneamente se organizaram e, em seguida, por montagem adicional, formaram um manto de superfície de moléculas de maior dimensão. As moléculas seriam capazes de responder a pressões selectivas. Por exemplo, as linhas com camadas de nucleótidos e de péptidos são concebidos como precursores primordiais do ribossoma. Além disso, a evolução paralela independente e interdependente seria mais rápido do que o desenvolvimento sequencial, não havendo precedência de DNA ou RNA, e explica-se a evolução da integração das duas subunidades com diferentes estruturas e funções em ribossomas e da natureza dos codãos. Este conceito sugere também um veículo potencial para a terapêutica, biotecnologia e da engenharia genética (psst! Criacionistas, quem disse que os estudos sobre evolução eram inúteis?)


Comentário: Algumas descobertas já podiam ser previstas (de uma forma hipotética) pelos cientistas Um bom exemplo disso é a hipótese de Lamarck sobre a herança de características adquiridas e as hipóteses formuladas por Charles Darwin e outros sobre a origem química da vida - «life could have sprung from a "warm little pond" rich in “nutrients”», a qual se assemelha (de grosso modo) ás hipóteses actuais sobre a origem da vida – Qualquer meio (ou mesmo, como Darwin afirmava, “uma pequena poça” - http://news.nationalgeographic.com/news/2012/02/120213-first-life-land-mud-darwin-evolution-animals-science/) rico em compostos químicos capazes de originar vida. É claro que várias hipóteses têm sido propostas e ainda hoje não existe ainda um consenso sobre qual a que melhor se adequa ás observações, quer em termos da localização espacial, quer em termos de quais teriam sido as primeiras moléculas (ou conjuntos de moléculas). Mas é notável que na sua época (marcada pelo fundamentalismo religioso generalizado) Darwin tenha formulado uma hipótese centrada nas interacções entre os materiais existentes na natureza e não em deuses, fadas, duendes ou quaisquer outros seres derivados da imaginação de camponeses da idade do bronze ou da idade média. 

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