sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Criacionistas, Conformem-se!


Lei da Gravidade
Qualquer coisa que deixarem cair vai ‘rolar’ até o local mais inacessível.

Lei da Variação
Troquem de pista numa estrada e esta instantaneamente torna-se a mais lenta. O mesmo princípio aplica-se a filas de supermercado.

Lei da Biomecânica
A intensidade da comichão é inversamente proporcional à capacidade de alcançar aquele ponto.

Lei dos números aleatórios
Quando se enganarem a marcar um número de telemóvel atende sempre alguém

Lei da Evolução

Quando olharem á volta, lembrem-se que as populações se modificam ao longo do tempo através de mutações e selecção natural.

Lei da Funcionalidade
Ao tentarem mostrar a alguém que algo está estragado, este funciona (ex.: teoria da evolução).

Lei da Pseudo-ciência
Qualquer tipo de criacionismo que professem é e sempre será pseudo-ciência.
 
 

Para os criacionistas


Um vídeo que todos os criacionistas deviam ver:
 

 

(Palestra do Dr. Jerry A. Coyne)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Evolução, código genético e os criacionistas

Os criacionistas continuam com o código (o Lucas aqui e o Jónatas Machado no Que treta).

Talvez se eu explicar devagarinho os criacionistas percebam:

Um código normalmente é convencional, mas a correspondência entre codão e aminoácido não é. O que é convencional é a tabela do código genético que foi criada pelos cientistas (anteriormente referidos num texto), pois é uma descrição simplificada das reacções que ocorrem nas células - por exemplo, convencionou-se que AUG representa a sequência de nucleótidos com as bases adenina, uracilo e guanina e corresponde ao aminoácido metionina (ou á iniciação), quando na realidade é que certas moléculas vão reagir com outras, que vão reagir com outras, etc até se obter um produto final (proteínas). E além disso, o estudos apontam para uma origem natural dessa correspondência, dessa 'cooperação' entre as moléculas (ver outros textos obre o assunto).

É assim tão difícil?

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Criacionismo, Evolução e a Teoria da Informação


O aumento de informação e complexidade do genoma:

Os criacionistas adoram fazer afirmações como: “as mutações não aumentam a informação no genoma” ou “vejam a complexidade do genoma”.
A evolução ocorre em populações, embora os criacionistas tenham alguma dificuldade em entender este facto. As mutações aumentam a informação, pois ao alelo ‘normal’ é acrescentada uma mutação – fica um gene diferente. Mas de qualquer modo as mutações podem aumentar também a informação e a complexidade do genoma em si: duplicações genéticas. As famílias de genes formam-se por duplicação de genes (e mutações).

 

CSI e o argumento de Dembski:

O que muitos ainda não entenderam é que o argumento de Dembski se baseia numa condição probabilística (probabilidade muito baixa), pois o que a complexidade e a especificação fazem é tornar a probabilidade da ocorrência muito baixa. A esta condição probabilística até um floco de neve corresponde (e um floco de neve ‘tem’ informação e não é pouca). Talvez o “criador comum” esteja agora muito ocupado em fazer nevar em algum canto do mundo (é um ser muito ocupado).

 

O código:
 
Como não podia deixar de ser: o código. Ver códigos em moléculas é de morrer… e ainda por cima continuar a repetir ad nauseam sempre os mesmos disparates, ao afirmar que o DNA tem um código, quando já foi dito (várias vezes) que são moléculas, que reagem com outras moléculas, que reagem com outras, etc, até haver um produto final (as proteínas). Além disso os estudos apontam para que o dito código seja uma ocorrência natural, como tudo o que vemos excepto o que é feito pelo ser humano. Qualquer dia os criacionistas pegam na tabela do código genético e põem-na num altar numa Igreja e acendem velinhas…


As moléculas têm função:

Para os criacionistas o DNA, o RNA e as proteínas têm funções, tendo sido criados por deus para essas mesmas funções. Lindo... agora as moléculas têm função. Dizer que os intrões têm a função de permitir o splicing alternativo é o mesmo que dizer que uma palmeira tem a função de proteger da chuva. Há uns tempos dei comigo debaixo de uma folha de palmeira á espera do autocarro para não apanhar chuva e ocorreu-me esta analogia. de facto as moléculas não têm função, nós é que dizemos que elas têm para facilitar a compreensão da realidade.


Uma sugestão: criacionistas, parem de disparatar com a teoria de informação.     


sábado, 24 de novembro de 2012

Evolução vs Criação: 153 Anos Depois


153 anos após a publicação da obra de Charles Darwin intitulada “On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life” (24 de Novembro de 1859, Londres) os criacionistas ainda não desistiram. A sua ‘guerra santa’ contra a ciência continua. Apesar das suas inequívocas e sucessivas derrotas, o criacionismo continua alojado nas mentes das pessoas religiosas como uma verdade absoluta, um dogma que na sua opinião devia dominar a ciência, a filosofia e a sociedade em geral.

Não se trata de um debate científico ou de 2 teorias científicas que pretendem explicar um mesmo fenómeno e que podem ser usadas em conjunto, mas de uma guerra entre ciência e religião, visto que o criacionismo (incluindo o do design inteligente) não tem nenhum fundamento empírico, não é baseado na observação e na análise de dados e não foi testada nenhuma hipótese relativamente a esta ideia disparatada. Trata-se de uma birra religiosa contra a ciência como de costume, mas desta vez foram longe demais: 153 anos e ainda não aprenderam a aceitar a realidade, neste caso, a derrota.

Charles Darwin foi um dos ‘fundadores’ do agnosticismo, tendo-se descrito a ele próprio como agnóstico no sentido em que provar a existência de deus não seria possível, não no sentido do agnosticismo ateísta de não acreditar em deus. É uma figura importante a nível filosófico (relativamente a esta ultima observação) e científico.

A teoria da evolução não falseia a existência de deus, no entanto as conclusões a que os cientistas chegaram encontram-se de acordo com a posição ateísta na medida em que o que observamos, incluindo a vida, pode ser explicado por processos naturais e em que a Bíblia não deve ser interpretada literalmente, como se fosse um texto científico ou uma narrativa histórica factual.

Darwin abandonou a posição criacionista face ás evidências. Qualquer pessoa sensata faria o mesmo.  

        
Referências:

- “CHARLES DARWIN: AGNÓSTICO Y CREYENTE”, W. R. Daros – INVENIO, Junho 2003

- “A Origem das Espécies”, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Origem_das_Esp%C3%A9cies (resume os assuntos abordados no original por Charles Darwin)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Treta do Código Genético e do Criacionismo


 
Os criacionistas continuam a adorar o Código da Vinci, desculpem o Código Genético. Apenas não percebem o que adoram discutir.

O código genético foi inventado pelos cientistas Marshall Warren Nirenberg, Har Gobind Khorana e Robert William Holley (1) para descrever as reacções químicas que ocorrem nas células de modo a se fazerem entender por outros cientistas e facilitarem a compreensão dos futuros.

O que os cientistas querem descobrir não é a origem de nenhum código, mas sim como a ‘cooperação’ entre as moléculas nas células se estabeleceu (ver “A origem do ‘código’ genético” - http://allthatmattersmaddy32.blogspot.com/2012/10/a-origem-do-codigo-genetico.html). São moléculas que reagem com moléculas; não há códigos, não há letrinhas no DNA, o que há são moléculas mais pequenas que se juntam formando macromoléculas. Mas os criacionistas vivem obcecados em encontrar códigos em todo lado para provarem a existência de um deus completamente doido (e imaginário) que cria parasitas, bactérias e vírus para nos matarem. Sorry, mas isso não vai acontecer.

A inspiração para escrever este texto provém dos comentários de certos criacionistas: o do Lucas no texto anteriormente referido e os habituais do professor Jónatas Machado (ou ‘perspectiva’) no “Que Treta”. Este criacionista está (ou pelo menos estava) empenhado em demonstrar que deus existe através da existência de um código genético. Isso é a maior treta que eu já vi! Mas tudo bem… só se os deuses do Jonatas Machado forem os cientistas acima citados.


De qualquer modo, os criacionistas têm que admitir que o dito 'código' teve origem natural.

Um estudo concluiu que os resultados mostram que as propriedades de aminoácidos e do RNA podem, naturalmente, impor uma polimerização parcialmente codificados. Foi também descoberto que o mecanismo de codificação associado é robusto contra inconsistências. Quando fornecido com certas sequências de RNA, a tradução em sistemas primitivos deve ser capaz de gerar conjuntos de proteínas dos quais uma pequena fracção irá ser funcional. Ou seja, o codigo emerge das propriedades das moléculas. (2) E pronto. Calem-se os criacionistas.

Referências:

(1) – “Código Genético - Tripletos e codões”, Wikpédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_gen%C3%A9tico#Tripletos_e_c.C3.B3dons)

(2) - “Emergence of a Code in the Polymerization of Amino Acids along RNA Templates”, Lehmann, Cibils and Libchaber (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Emergence%20of%20a%20Code%20in%20the%20Polymerization%20of%20Amino%20Acids%20along%20RNA%20Templates)

Why Evolution Is True, Jerry A. Coyne



Para ilustrar o que afirma a Teoria Sintética da Evolução e porque esta é uma teoria científica bem fundamentada, fica este vídeo:

 
 
 

Alguns tópicos:

 

- Evolução – ocorre em populações que mudam geneticamente ao longo do tempo

 

- A mudança é gradual (ou seja, uma mosca nunca há-de parir um elefante! – aí tínhamos um problema para a teoria da evolução e para a toda a biologia e áreas afins)

 

- Ocorre especiação (ex.: moscas do género Drosophila, fungos, salamandras – espécies em anel, bactérias, plantas, …) *

 

- Ancestralidade comum (ex.: todos os primatas partilham 1 ancestral comum e se recuarmos mais partilham também um com outros mamíferos, répteis, pássaros…)

 

- Selecção natural, que produz adaptação (tendo como “combustível” as mutações)

 

- Uma teoria científica faz predições (ex.: as primeiras formas de vida seriam simples – confirma-se; ao longo do tempo foram existindo formas de vida diferentes, mudando ao longo do tempo e ocorrendo separação de linhagens – confirma-se pelo registo fóssil; formas transicionais – confirma-se, ex.: archaeopteryx, dinossauros com penas; genes ‘mortos’ – confirmada pela existência de pseudogenes)

 

- Dados da embriologia recapitulam algumas fases evolutivas, o que é apoiado pelo registo fóssil (e não são mostrados os desenhos exagerados – e não forjados – de Haeckel, mas sim imagens reais)

 

- Modos de falsear a teoria da evolução:
 

Sequência ‘errada’ de fósseis (ex.: humanos no Câmbrico; mamíferos no Devoniano)


Falta de variação genética nas espécies de um modo geral

 
Adaptações que não poderiam ter evoluído por um processo incremental.


Comportamento altruístico entre indivíduos não aparentados em animais não-sociais


Discordância significativa entre a filogenia baseada na morfologia/ registo fóssil e a baseada no DNA.  

 

 

*comentário típico dos criacionistas: “Mas continua a ser um fungo!” Queriam que fosse o quê, um macaco?

domingo, 18 de novembro de 2012

Dembski e o seu Argumento da Ignorância (corrigido)


Design Inteligente: Sempre o mesmo deus das lacumas!

O filtro de Dembski é constituído do seguinte modo:



Por outras palavras: não é A, não é B, logo é C – argumento da ignorância.

Mas para contornar isso, Dembski afirma que a presença de CSI é um bom indicador de design, estando presente em produções humanas (é claro que ignora que a inteligência humana não serve minimamente de modelo para o que afirmam ter sido realizado).

Mas o que significa CSI?


-Complexidade – baixa probabilidade.

- Especificação – Apenas diminui a probabilidade e nas próprias palavras de Dembski, o conceito é subjectivo.

Ficamos com uma condição probabilística. A determinação da probabilidade depende do conhecimento que se tem, pelo que normalmente, neste contexto, o argumento probabilístico é um argumento da ignorância – não se conhece o processo de formação, logo deus fez.


Será que o filtro funciona? (ignorando o facto de ser um argumento da ignorância)


Os flocos de neve de forma triangular correspondem á condição probabilística de CSI.

A "lei natural " não explica a estrutura apresentada e segundo Dembski não pode ser devida ao acaso (probabilidade muito baixa, forma específica). No filtro passaria para‘design’. No entanto como a vemos acontecer ninguém pensou que seria devida ao design e então descobriu-se que em determinadas condições (imprevisíveis) era possível a sua formação natural.

Será que Dembski refuta a teoria da evolução?


Nas suas críticas á teoria da evolução, Dembski não se apercebe de que nenhum teórico da evolução afirmou que as teorias sobre a evolução da vida explicavam detalhadamente todas as características de todas as estruturas orgânicas, apenas que ofereciam parte da explicação – está a tentar refutar um espantalho. A Evolução é um problema histórico, podendo ser difícil determinar todas as condições associadas á formação de certas estruturas. Há mais para descobrir na biologia? É claro que sim, quem afirmar o contrário é porque nunca teve uma aula de biologia.


Relativamente aos ‘estudos’ computacionais de Dembski, os softwares evolutivos (baseados em algoritmos) até podem ser maus modelos da realidade – e isso nada prova a favor do Design Inteligente.


Alegações mais recentes de Dembski:


- "I'm not and never have been in the business of offering a strict mathematical proof for the inability of material mechanisms to generate specified complexity" – Status: Fail.

- “Tenho feito perder tempo relativamente ao filtro, que não funciona”. – Status: Fail

- A Teoria da Evolução continua a não explicar o aparecimento de certas estruturas orgânicas (“CSI”).


Então, “Não conheço um processo evolutivo capaz de explicar A, logo deus fez A” – argumento da ignorância típico dos criacionistas. Posto de outro modo: “Uau! Uma pedra! Como se formou a pedra? Não conheço uma explicação natural, logo deus fez a pedra”. – Status: Fail


O pior é que eu acho que o Dr. William Dembski sabia que o seu argumento da ignorância nunca resultaria na comunidade científica e que estas tretas nunca passariam por revisão de pares, porque simplesmente não conseguem evidenciar inequivocamente acção inteligente na nossa origem e evolução, quando muito podem continuar a apelar ao deus das lacunas (nome popular para argumento da ignorância).


De qualquer modo a ‘teoria’ do design inteligente é muito mais chique do que o seu primo do campo, o criacionismo, só a terminologia:


- Complexidade Irredutível (Status: Fail – vejam porquê: http://allthatmattersmaddy32.blogspot.com/2012/11/evolucao-do-flagelo-bacteriano-e-o.html)


- Complexidade Especificada – CSI (Status: Fail)

- Filtro de Dembski (Status: Fail)


- Designer Inteligente, leia-se ‘deus’ (Status: Fail)


- Refutar a Teoria da Evolução (Status: Fail)


Referências:

“Some considerations about the theory of intelligent design, Juan E. Carreño et al – Biol. Res. Vol. 42, nº2, Santiago 2009.

“The Dream World of William Dembski’s Creationism”, Mark Perakh, disponível em: http://www.talkreason.org/perakm/Demb_Dream_inSkeptic.htm


“Information Theory, Evolutionary Computation, and Dembski's Complex Specified Information", Wesley Elsberry, Jeffrey Shallit - November 16, 2003, disponível em: http://www.talkreason.org/articles/eandsdembski.pdf




sábado, 17 de novembro de 2012

Evolução: Lenski e o vírus Bacteriófago Lambda


Segundo Richard Lenski (et al), os processos responsáveis pela evolução de inovações-chave que expandem oportunidades ecológicas permanecem pouco compreendidos. Lenski e a sua equipa examinaram o modo como um vírus, bacteriófago lambda evoluiu para infectar o seu hospedeiro, E. coli. A selecção natural promoveu a fixação de mutações na proteína de reconhecimento J, o que contribuiu para que se desenvolvesse infecção através de um novo receptor, OmpF (por mutações), após a evolução da expressão reduzida do receptor LambB. Este estudo demonstrou que as interações proteína-proteína podem evoluir incrementalmente.

Comentário: Em 2007, Michael Behe publicou outro livro, “The Edge of Evolution”, a defender o criacionismo (versão design inteligente) dos horríveis evolucionistas ateus. A base do seu argumento é o facto da probabilidade de certos conjuntos de mutações necessários para conferir determinada vantagem aparecerem completos ser próxima de zero, sendo então requerido um designer inteligente (leia-se deus). Lindo… o mesmo argumento da ignorância de sempre.

Neste caso é demonstrada a capacidade de acumulação de mutações, produzindo uma mudança na função, cuja probabilidade de surgirem em simultâneo é virtualmente zero – o que contraria o pressuposto infundado do argumento da ignorância do criacionista Michael Behe.

Mas os criacionistas nunca mudam de opinião – esta é imutável como as crenças religiosas das quais deriva. O melhor argumento contra a evolução que um criacionista pode utilizar é a sua própria existência: Como é que uma ideia tão estúpida pode aguentar-se praticamente sem modificação durante tanto tempo, numa sociedade cuja vivência requer inteligência? Nestes termos, eu questiono se será apenas um efeito ‘colateral’ da evolução do nosso cérebro ou se de facto tem alguma vantagem significativa para a sobrevivência.


Referências:


Ref.: Science 27 January 2012: Vol. 335 no. 6067 pp. 428-432, DOI: 10.1126/science.1214449, “Repeatability and Contingency in the Evolution of a Key Innovation in Phage Lambda”, Justin R. Meyer,  Richard E. Lenski (et al).



Evolução: Novas Teorias e Alternativas


Especialista em Embriologia Propõe Nova Teoria da Origem Animal


O modelo do especialista em embriologia, Stuart A. Newman é baseado em inferências recentes sobre as características genéticas dos ancestrais unicelulares dos animais e sobre as propriedades físicas de certos materiais. 


Os organismos animais e os embriões que os originam apresentam uma variedade de motivos recorrentes "morfológicos", que, na evidência do registo fóssil, apareceram pela primeira vez há mais de meio bilião de anos atrás. Durante o desenvolvimento embrionário dos atuais animais, as células organizam-se em tecidos que não misturam camadas e têm cavidades interiores. Embriões contêm disposições padronizadas de tipos de células com as quais podem formar segmentos, exoesqueletos e vasos sanguíneos.

 

Organismos em desenvolvimento continuam a dobrar, alongar, e estender apêndices, e em algumas espécies, geram endoesqueletos com elementos de repetição (por exemplo, a mão humana).

 

Estes motivos de desenvolvimento são muito semelhantes às formas assumidas pelos materiais não-vivos condensados, quimicamente activos, viscoelásticos quando são organizados por forças físicas relevantes, embora os mecanismos que geram os motivos em embriões vivos são tipicamente mais complexos. Newman propõe que os ancestrais dos animais atuais adquiriram essas formas quando antigos organismos unicelulares começaram a residir em aglomerados multicelulares e processos físicos relevantes para a matéria a esta nova (para a vida celular) escala espacial foram mobilizados.

 

Os progenitores unicelulares provavelmente continham genes necessários a esse desenvolvimento com os quais os animais actualmente orquestram o desenvolvimento embrionário, embora eles tenham usado os genes para funções unicelulares. Foram esses genes, cujos produtos permitiram que os grupos ancestrais aproveitassem os efeitos físicos de média-escala, que produziram os motivos característicos.


Comentário: Ui ui… as lacunas estão a ser preenchidas com explicações científicas plausíveis… Onde vão então os criacionistas encaixar o seu deus das lacunas preferido. Pois é… a ciência evolui, a religião (criacionismo) não.

 A Teoria Sintética da Evolução (e agora a síntese estendida) fornece boas explicações para certos fenómenos, mas a ciência necessita sempre de mais e melhor, ao contrário da religião que é estagnada por natureza. 

 

Referências:

“Developmental Biologist Proposes New Theory of Early Animal Evolution That Challenges Basic Assumption of Evolution”, ScienceDaily (Oct. 11, 2012), disponível em: http://www.sciencedaily.com/releases/2012/10/121011141443.htm 

Novidades Evolutivas


Este post é dedicado ás novidades a respeito da(s) teoria(s) da evolução. 3 dos temas são dedicados á compreensão dos processos evolutivos a nível biológico e bioquímico e os 2 últimos são dedicados á aceitação social da teoria da evolução e ao ensino da mesma. 2 dos primeiros 3 temas são abordados de um modo um pouco mais extenso aqui nos textos seguintes.

 

Limites da perfeição celular, por Michael Lynch:
 

Melhorias substanciais na aptidão podem por vezes surgir através do aparecimento de novas características celulares que melhoram a mecanismos pré-estabelecidos. No entanto é esperado que tais avanços frequentemente sejam transitórios, com a aptidão total eventualmente regressando ao nível anterior á incorporação da novidade genética. Como consequência dessas mudanças (genéticas), o aumento da complexidade molecular / celular pode surgir por processos darwinistas, não conferindo aumento na adaptação a longo prazo. 

 Ref.: “Evolutionary layering and the limits to cellular perfection”, Michael Lynch - http://www.pnas.org/content/early/2012/10/30/1216130109.abstract

 

Especialista em Embriologia Propõe Nova Teoria da Origem Animal

 
Os organismos animais e os embriões que os originam apresentam uma variedade de motivos recorrentes "morfológicos", que, na evidência do registo fóssil, apareceram pela primeira vez há mais de meio bilião de anos atrás. Durante o desenvolvimento embrionário dos actuais animais, as células organizam-se em tecidos que não misturam camadas e têm cavidades interiores.

Estes motivos de desenvolvimento são muito semelhantes às formas assumidas pelos materiais não-vivos condensados, quimicamente activos, viscoelásticos quando são organizados por forças físicas relevantes, embora os mecanismos que geram os motivos em embriões vivos são tipicamente mais complexos. Newman propõe que os ancestrais dos animais atuais adquiriram essas formas quando antigos organismos unicelulares começaram a residir em aglomerados multicelulares e processos físicos relevantes para a matéria a esta nova (para a vida celular) escala espacial foram mobilizados.


Ref.: “Developmental Biologist Proposes New Theory of Early Animal Evolution That Challenges Basic Assumption of Evolution”, ScienceDaily (Oct. 11, 2012), disponível em: http://www.sciencedaily.com/releases/2012/10/121011141443.htm 
 

Evolução: Lenski e o vírus Bacteriófago Lambda

Lenski e a sua equipa examinaram o modo como um vírus, bacteriófago lambda evoluiu para infectar o seu hospedeiro, E. coli. A selecção natural promoveu a fixação de mutações na proteína de reconhecimento J, o que contribuiu para que se desenvolvesse infecção através de um novo receptor, OmpF (por mutações), após a evolução da expressão reduzida do receptor LambB.


Ref.: Science 27 January 2012: Vol. 335 no. 6067 pp. 428-432, DOI: 10.1126/science.1214449, “Repeatability and Contingency in the Evolution of a Key Innovation in Phage Lambda”, Justin R. Meyer,  Richard E. Lenski (et al).




 

Evolução Recolocada nos Livros Didácticos da Coreia do Sul


O governo da Coreia do Sul criou uma comissão de 11 membros, liderado pela Academia Coreana de Ciência e Tecnologia (KAST) e incluiu 5 especialistas sobre evolução e fósseis, para supervisionar a revisão de livros didáticos.
Em 5 de setembro, o painel concluiu que o Archaeopteryx deve ser incluído nos livros de ciências Coreanos, e reafirmou que a teoria da evolução é uma parte essencial da ciência moderna, que todos os alunos devem aprender na escola.






A comissão enfatizou que o debate científico em curso sobre se o Archaeopteryx é apenas um exemplo de um dinossauro com penas não põe em causa a teoria da evolução em si. Na verdade, o painel diz que é importante mencionar a existência de muitos fósseis ornitológicos que poderiam ser espécies intermediárias entre dinossauros e aves.

A comissão aceitou a explicação dos livros "da evolução do cavalo era muito simplista e deve ser revisto ou substituído por um exemplo diferente, como a evolução das baleias. O governo apoiou as conclusões, e editores de livros didáticos serão terão que relatar como implementaram as revisões antes dos novos livros serem introduzidos nas escolas em 2013.




Comentário: Mais uma vitória – Evolução: 1 x Criacionismo: 0

 

Teoria da evolução é "mentira vinda do Inferno"

Paul Broun, um congressista republicano e membro da Comissão de Ciência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nega a teoria da evolução e o ‘Big Bang’.

Candidato no estado da Geórgia à sua reeleição nas eleições de 6 de Novembro, Broun fez o comentário durante um discurso numa igreja batista.

O congressista, que é médico, afirma que "enquanto cientista" descobriu provas de que a Terra não tem mais de nove mil anos e foi criada em seis dias (o pensamento científico dominante acredita que a Terra tem 4,5 mil milhões de anos).

Para Broun as teorias sobre a origem do universo e da evolução das espécies representam "mentiras vindas directamente do Inferno".


 
Comentário: Bem… por mais que se faça os criacionistas serão sempre criacionistas. Não se pode fazer nada quanto a isso. Vou passar a viver isolada num ‘Bunker’ e resignar-me… ou não.
 
 
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Virologia da Fé


Aqui fica o documentário intitulado “O vírus da fé”, legendado em português.

 

 

Família: Féviridae

 

Subfamília: Févirinae

 

Género: Févírus

 

Ácido nucleico: DNA desnaturado

 

Envelope: estragado

 

Proteínas de ligação á célula: Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, etc 

 

Patologias: ignorância, défice cognitivo e de aprendizagem, paranóia, obsessão pelo uso de argumentos da ignorância, criacionismo.

 

Os sintomas podem incluir: diminuição da performance cognitiva (com diferenças acentuadas nos testes de QI) e demonstrações de ‘medievalismo’

 

Fisiologia da doença: morte de neurónios (daí o défice cognitivo)

 

Evolução do Flagelo Bacteriano e o Argumento da Ignorância


O Dr. Michael Behe continua com a sua crise existencial, mesmo depois de lhe dizerem que as coisas não são exactamente como ele pensa. O Dr. Kenneth Miller já refutou a sua ideia estúpida de que devido ao facto de não se poder tirar nenhuma das partes á estrutura de uma molécula ou a um conjunto de moléculas que cooperam entre si (cascata de coagulação), esta não poderia ter tido precursores funcionais, demonstrando por exemplo como um subconjunto das proteínas da cascata de coagulação funcionam bem no golfinho e como a agulha de Y. Pestis funciona bem com apenas algumas proteínas homólogas ao flagelo bacteriano. Mas o Dr. Behe diz que a questão para a evolução é demonstrar que estas estruturas podem ter evoluído aos poucos por processos incrementais. De qualquer modo, é claro que se Michael Behe retirasse uma das partes a um flagelo de uma bactéria, provavelmente este não funcionaria, mas isso não indicaria que uma estrutura precursora nunca tenha funcionado numa bactéria ancestral, pois as proteínas de agora não são iguais ás ancestrais (tirar uma das peças á estrutura actual não é o mesmo restituir á estrutura um estado ancestral)  – para ilustrar esse tipo de situação (relativamente a retirar partes e perda de função), pode ser considerado o exemplo de um conjunto hospedeiro e simbionte. Agora que falhou ao demonstrar que certos sistemas e estruturas não poderiam ter evoluído a partir de precursores funcionais porque se retirar uma parte a estrutura não funciona, Michael Behe passou a apelar para uma demonstração do processo evolutivo completo. Isto é claramente um argumento da ignorância – como não se conhecem todos os detalhes do processo, logo o designer (leia-se deus) fez.

O flagelo bacteriano, detalhes desconhecidos á parte, tem características de uma estrutura que evoluiu naturalmente:

 Mesmo uma motilidade muito primitiva pode ser benéfica para que as bactérias de grandes dimensões. Em segundo lugar, as homologias entre as proteínas flagelares e não flagelares sugere sistemas ancestrais com outras funções que não a motilidade. O modelo consiste em seis etapas principais: aparelhos de exportação, sistema de secreção, sistema de adesão, pilus, motilidade sem direcção, e motilidade controlada. A Selectabilidade de cada etapa é documentada, usando analogias com sistemas atuais. Conclusões incluem: (1) Há uma forte possibilidade, de homologias adicionais entre o tipo de aparelho de exportação III e F1F0-ATP sintetase. Grande parte da complexidade do flagelo evoluiu após motilidade não dirigida estava, através de duplicações de genes internos e subfuncionalização.


Referências:

- From The Origin Of Species To The Origin Of Bacterial Flagella by Mark J. Pallen & Nicholas J. Matzke, Nature Reviews Microbiology, 4(10): 784-790 (October 2006).



Leitura adicional:

domingo, 11 de novembro de 2012

Illuminati: Teorias da Conspiração


Os illuminati eram uma sociedade bávara fundada em 1776 que tinha por base o iluminismo, como já foi mencionado anteriormente. No entanto os cristãos teóricos da conspiração continuam a pensar que existem uma espécie de sucessores desse movimento que querem o controlo mental das populações e ‘destronar’ completamente a religião. Para este algumas figuras públicas são membros e cumprem ordens. Que treta.


A figura pública mais ‘apontada’ quando os cristãos dizem disparates sobre os illuminati é a cantora Rihanna. Provavelmente não segue nenhuma religião organizada; sei que ela usa símbolos de diversas religiões pagãs e cristãs mas já vi especular acerca do assunto – Rihanna afirmou “Deus é amor”, no entanto, a mesma afirmação foi proferida por Alicia Keys (ateia). De qualquer modo nada leva uma pessoa inteligente a crer que esta seja membro dos illuminati.

 

Mas os cristãos levam tudo á letra, até os vídeos da Rihanna. No vídeo da música S&M, esta apresenta-se a ser fotografada como ‘Princesa dos illuminati’. Para os cristãos foi uma confirmação das suas especulações infundadas. Para a cantora (e para quem tem 2 dedos de testa) foi uma ironia, uma piada, dirigida a quem a tem difamado.

 

Outra das razões que posso especular com algum fundamento para esta antipatia por parte de pessoas religiosas conservadoras é o facto desta ter apoiado as candidaturas do Democrata Barack Obama (actual presidente dos E.U.A.).

 
Normalmente as alegações de que esta é membro dos illuminati não vêm sós mas acompanhadas por outros disparates, afirmando que Rihanna tem sido a principal difusora do comportamento sexual promíscuo, entre outras práticas ‘pecaminosas’ e do satanismo (esta parte para mim ainda é mais ridícula).


Se não acreditam que os cristãos podem ser tão estúpidos a este ponto, podem ver com os seus próprios olhos: http://vaticproject.blogspot.pt/2012/05/rihanna-illuminati-princess-pushing.html


 

Referências:


- “The religions and political views of the influentials – Rihanna”, disponível em: http://hollowverse.com/rihanna/ 

- “Rihanna The 'Illuminati Princess': Pushing The Satanic Agenda”, disponível em: http://vaticproject.blogspot.pt/2012/05/rihanna-illuminati-princess-pushing.html

- “The religions and political views of the influentials – Alicia Keys”, disponível em: http://hollowverse.com/alicia-keys/

 

sábado, 10 de novembro de 2012

Evolução: Dicas em Organismos Simples


A evolução de um conjunto de sistemas de órgãos complexo (ex: organismo de um cão) teve origem em sistema mais simples, que á luz do que sabemos de organismos mais complexos poderiam ser apelidados de incompletos, apesar de serviram bem os animais que os possuem.

 

Algumas espécies modernas podem ter algumas semelhanças com espécies primitivas (ancestrais). Por exemplo, a ténia, que tem um cérebro primitivo, mas nenhum sistema circulatório ou coração. Nutrientes e oxigénio simplesmente difundem-se através do corpo no animal.


Algo um pouco mais "avançado" são os vermes onycophorans, que têm ambos o cérebro e coração, mas nenhum sistema circulatório formal (ou seja, nenhum sistema fechado de vasos sanguíneos). O sistema circulatório é "aberto", com uma bomba muscular que simplesmente faz circular "hemolinfa" (o "sangue" de artrópodes e outros invertebrados), através da cavidade do corpo, banhando os órgãos directamente. A hemolinfa, volta então para o "coração" para mais ‘bombeamento’. Um sistema circulatório "fechado" com uma rede real de vasos sanguíneos obviamente evoluiu mais tarde.


Características podem desenvolver-se em sequência ou duas características primitivas podem evoluir em conjunto.



Referências:

“A creationist weighs in”, Coyne, Jerry A. 2012 - “Why Evolution is True?” (http://whyevolutionistrue.wordpress.com/2012/09/21/a-creationist-weighs-in/)
 
 



 

 

Especiação Primária: Espécies em Anel


Citando novamente a Drª Lynn Margulis (na mesma entrevista), esta afirma:

O que se gostaria de ver é um bom caso de mudança gradual de uma espécie para a outra em campo, em labnoratório ou no registo fóssil. (…) Não há gradualismo (na transição de uma espécie para a outra) no registo fóssil.

Nesta declaração a Drª Margulis refere-se á observação de indícios de especiação semelhante à prevista pela teoria de Darwin - gradual e primária, na qual não ocorreu hibridação nem fenómenos de transferência lateral, ou de todo o processo (em formas de vida mais complexas do que bactérias). De facto a observação de todo o processo não tem sido conseguida. Partes do processo têm sido observadas em certas espécies de salmão, em condições de isolamento geográfico e mesmo com proximidade geográfica e apesar da migração, bem como em moscas do género Drosophila – divergência entre populações. Existem bastantes indícios de que o isolamento geográfico das populações é importante na especiação primária. Tomemos como exemplo o caso de uma espécie de rato descrita pela primeira vez, Rhipidomys ipukensis, por cientistas da Universidade de Aveiro, a qual evidenciou a importância que o isolamento reprodutivo - geográfico, através de um rio, teve na diferenciação entre as espécies. O estudo foi publicado na revista Zootaxa.

Apesar da alegação de Lynn Margulis de que não há registo que indicie um caso de especiação primária, por divergência (gradual) entre populações, penso que tal não corresponde totalmente á realidade. Têm sido feitas observações relativamente ao que se chamam espécies em anel

Uma espécie em anel é uma série de populações vizinhas, cada uma das quais pode cruzar com outras nas proximidades, mas para os quais existem, populações do extremo oposto da série, que são muito distantemente relacionadas e com as quais não se cruzam. Populações do “fim” podem coexistir na mesma região, fechando assim o "anel".


"(Ring species) are only showing us in the spatial dimension something that must always happen in the time dimension.” – Dawkins, Richard 2004

As espécies em anel constituem uma boa evidência de que a divergência genética (e adaptação) pode chegar ao ponto de gerar duas espécies, exemplificando o isolamento reprodutivo na natureza.

 Um exemplo deste tipo de registo é o das salamandras do género Ensatina nas montanhas de Central Valley, Califórnia.

 
 

 Referências:

 
- Evolution. 2010 June; 64(6): 1773–1783. - RECENT ECOLOGICAL DIVERGENCE DESPITE MIGRATION IN SOCKEYE SALMON (ONCORHYNCHUS NERKA), Scott A Pavey, Jennifer L Nielsen, and TroyR Hamon

 

- DODD, D. M. B. Reproductive isolation as a consequence of adaptive divergence in Drosophila pseudoobscura. Evolution. 1989. 43, 1308-1311

 

- http://www.ua.pt/uaonline/detail.asp?c=20054 

- Wake, D. (1997) Incipient species formation in salamanders of the Ensatina complex Proceedings of the National Academy of Science USA 94:7761-7767 (http://www.pnas.org/content/94/15/7761.full)

- Dawkins, Richard The Ancestor's Tale, 2004 (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Ancestor's_Tale)