terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os católicos, a teoria da evolução e as mutações aleatórias


Normalmente os católicos, tal como os protestantes, não são criacionistas da Terra jovem ao contrário de outras seitas cristãs mais fundamentalistas. A sua posição pode ser descrita como criacionismo progressivo, evolucionismo teísta ou algures no meio dos dois. Tenho encontrado alguns que afirmam que, para eles, onde a ciência nos diz que foi “o acaso”, ou seja, que algo derivou no todo ou em parte de eventos aleatórios, foi deus. Um exemplo são as mutações aleatórias. Um destes belos exemplos é o Michael Behe (para citar um exemplo conhecido). Para ele as mutações são controladas por unicórnios azuis, ups!, eu queria dizer por deus, quero dizer por um designer. Outro exemplo menos “gritante” é o Dr. Kenneth Miller, que não considera necessária a intervenção divina (como todo o bom cientista), mas que acredita que deus intervém. Mas quando observamos as mutações que ocorrem numa população, o que observamos é que estas ocorrem naturalmente e que uma pequena parte é benéfica para os organismos, e que estas são aleatórias no sentido de não serem adquiridas pelo organismo para melhorar o seu desempenho (excepto talvez com algumas excepções), mas que o seu valor adaptativo vai ser determinado segundo o ambiente em que se encontram e a selecção natural pode actuar. Dizer que foi aleatório ou foi feito de propósito por deus não está em pé de igualdade. Os dados de que disponho é que as mutações são aleatórias (ex.: HbS) e que de acordo com o ambiente têm (ou não) valor adaptativo. O que os dados não permitem inferir é que o Monstro do Esparguete Voador ou qualquer deus alguma vez tenha intervindo na nossa evolução.        

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