Normalmente os católicos, tal como os protestantes, não são
criacionistas da Terra jovem ao contrário de outras seitas cristãs mais
fundamentalistas. A sua posição pode ser descrita como criacionismo
progressivo, evolucionismo teísta ou algures no meio dos dois. Tenho encontrado
alguns que afirmam que, para eles, onde a ciência nos diz que foi “o acaso”, ou
seja, que algo derivou no todo ou em parte de eventos aleatórios, foi deus. Um
exemplo são as mutações aleatórias. Um destes belos exemplos é o Michael Behe
(para citar um exemplo conhecido). Para ele as mutações são controladas por
unicórnios azuis, ups!, eu queria dizer por deus, quero dizer por um designer. Outro
exemplo menos “gritante” é o Dr. Kenneth Miller, que não considera necessária a
intervenção divina (como todo o bom cientista), mas que acredita que deus
intervém. Mas quando observamos as mutações que ocorrem numa população, o que
observamos é que estas ocorrem naturalmente e que uma pequena parte é benéfica
para os organismos, e que estas são aleatórias no sentido de não serem
adquiridas pelo organismo para melhorar o seu desempenho (excepto talvez com
algumas excepções), mas que o seu valor adaptativo vai ser determinado segundo
o ambiente em que se encontram e a selecção natural pode actuar. Dizer que foi
aleatório ou foi feito de propósito por deus não está em pé de igualdade. Os
dados de que disponho é que as mutações são aleatórias (ex.: HbS) e que de
acordo com o ambiente têm (ou não) valor adaptativo. O que os dados não
permitem inferir é que o Monstro do Esparguete Voador ou qualquer deus alguma
vez tenha intervindo na nossa evolução.
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