Pressões
selectivas diferentes (por vezes associadas ao isolamento geográfico) levam á
divergência entre populações. Um exemplo disso, são os padrões diferentes de cores
em borboletas Heliconius de diferentes espécies espacialmente separadas. A selecção natural leva a que
diferentes alelos se fixem. E por vezes pode mesmo levar a que determinadas
características seleccionadas levem á especiação (ou esta pode ocorrer devido á
deriva genética) (1). Por outro lado, existe também a evolução
convergente, com selecção para o mesmo. Se raciocinarmos um pouco, estes factos
tornam-se evidentes.
Os criacionistas
(alguns) aceitam isto. Seja de pasmar ou não, há pelo menos um criacionista que
é professor de ciências e não tem problemas em ensinar coisas como especiação,
divergência e selecção natural e mutações (2). Para ele isso não é ensinar
teoria da evolução, mas sim biologia e factos comprovados. Ok. Isto é mais
estranho do que o evangélico Francis Collins continuar a dizer que acredita em
deuses criadores, Adão e Eva e cobras falantes e ainda assim dizer que aceita a
teoria da evolução e não considera o D.I. uma proposta válida. Tudo isto que
acabei de mencionar é a base da teoria da evolução. Se isto não é ensinar a
teoria da evolução, então o que é que significa “ensinar a teoria da evolução”?
Pelo que percebi do texto da pessoa em causa é que significa “ensinar
transformismo entre taxons”. A ancestralidade comum entre pássaros e répteis é
tão comprovada como tudo o resto, e até o LUCA. Isto é uma tentativa infeliz de
lidar com descobertas que vão contra as suas crenças religiosas e que não há
qualquer razão para serem descartadas. Não há nada como tapar os ouvidos e
dizer “Não é teoria da evolução, é biologia”. Parabéns: é aquilo a que os
criacionistas chamam “evolucionista” mas ainda não o sabe.
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