sábado, 10 de agosto de 2013

Acreditar sem evidências

Não gosto muito do termo acreditar para indicar que se aceita algo com base em evidências. É que acreditar pode ser sinónimo de ter fé, o que normalmente é conotado com a religião, isto é, com aquilo em que se acredita sem se ter evidências. Eu prefiro o termo "aceitar" ou se estamos num diálogo corriqueiro, prefiro o dizer "penso que". Normalmente o termo "acreditar" é usado em expressões como "acreditar em deus", "acreditar na ressurreição de Jesus", "Acreditar em fantasmas" e coisas do género - tudo isto sem evidências. 
Todas as crenças que anteriormente exemplifiquei são injustificadas e vão contra todo o trabalho em ciência que já foi feito até hoje. Mas é claro que para os religiosos não há problema nenhum. Se for preciso ignoram a ciência só para continuarem a ser cristãos ou muçulmanos, etc. 
Mas o maior problema da religião é que se parte do pressuposto de que aquilo que está na Bíblia está correcto, que a bíblia é a palavra de deus e que esse deus realmente existe - isso é completamente anti-científico, pois é uma crença à priori naquilo que se devia demonstrar através de evidências. É claro que alguns mais inteligentes apercebem-se de certos becos sem saída, como o relato de génesis, por exemplo, mas eles continuam a dizer que está correcto que deus criou o universo (pelo menos alguma coisa tem que estar bem, certo?), mas que o resto é apenas parte de uma metáfora para indicar isso mesmo. Mas mesmo assim continuam a acreditar que deus (o seu deus particular, que voltou à terra e foi o próprio filho durante 33 anos, entre outras peripécias) criou o universo sem qualquer evidência. Nada. Tem que estar certo porque "está" na Bíblia, porque a Bíblia é a palavra de deus. E continuam a andar em  círculos, pela salvação das alminhas, para que não ardam no fogo do inferno. Irracional. Ridículo. Risível. Como em tudo no cristianismo, estes três atributos não ficam de fora.  
Mas como diria o Richard Dawkins, a religião é um efeito colateral de uma coisa selectivamente muito vantajosa: a obediência à autoridade. É irracional, ridícula, anti-científica, mas está associada a um comportamento extremamente vantajoso. Isto talvez explique como esta se encontra tão generalizada na população humana. Mas não deixa de ser ridícula e irracional, assim como as alergias não deixam de incomodar só por estarem associadas a vantagens evolutivas. Já não sei é qual destas duas coisas me incomoda mais. 

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