As moléculas grandes de RNA
usam magnésio (Mg2+) para desempenharem as suas funções (catalíticas). Numa
época pré-biótica, a estrutura geológica da Terra tinha um grande manancial de
iões de ferro (Fe2+). A pesquisa de Loren Dean Williams mostrou que o ferro foi
provavelmente o principal co-fator de activação para que o RNA fizesse o seu
trabalho. Este cientista e a sua equipa testou se o ferro podia substituir o
magnésio e este de facto podia. Esta pesquisa fora publicada na PloS One e também na Nature.
Mas o planeta era instável.
Com a ascensão dos primeiros organismos fotossintéticos, a atmosfera começou a ter
oxigénio em abundância e o Ferro II passou a ser oxidado, perdendo um electrão
e transformou-se em Ferro III, e isso prejudicou os seres vivos primitivos.
E é aqui que entra em cena a
Selecção Natural, que começou também a fazer seu trabalho e as mutações que
ocorreram, as quais propiciaram ao RNA usar não só Ferro II, mas outro metal, o
Magnésio II. As moléculas de RNA que não tinham esta capacidade de usar outro
metal como co-fator foram negativamente seleccionadas, só ficando os que tinham
esta nova capacidade.
Isto tudo significa que
devemos a nossa existência a essas moléculas de RNA com uma ajudinha dos iões
Ferro II e Magnésio II.
A vida nasceu de reacções
químicas simples e acabou com a complexidade que vemos hoje após milhões e
milhões de anos. É interessante como com um pouco de ciência se consegue
descobrir até algumas características dos nossos antepassados de há cerca de 4
mil milhões de anos, que não eram mais (ou eram pouco mais) que moléculas de
RNA com capacidade catalítica.
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