domingo, 22 de setembro de 2013

Redundância e evolução de sistemas irredutivelmente complexos


Encontrei um artigo (já velhinho) que fala da evolução de sistemas irredutivelmente complexos através da redundância e perda de partes funcionais (1). Um exemplo de redundância é a proteína p 53, proteína que pode iniciar a apoptose, evitando assim o aparecimento de um cancro, a qual foi “retirada” em ratinhos e isso não causou a ruptura do sistema que ela integrava. Outro exemplo que pode ser mencionado é a própria cascata de coagulação (que afinal de irredutivelmente complexa nada tem), que tem partes que são redundantes – coagular lentamente não é o mesmo que não coagular. É dessa maneira que um sistema complexo pode evoluir para se tornar irredutivelmente complexo.
Duplicações de genes podem fazer com que apareçam novas peças (que ao princípio podem ser redundantes) que depois são co-optadas para desempenharem novas funções, como já foi referido anteriormente. 
A complexidade redundante é uma característica dos processos evolutivos que pode ajudar a explicar a evolução de vários sistemas complexos. E é preciso ver que não há apenas uma via evolutiva possível, mas sim várias possíveis capazes de explicar o surgimento de certos sistemas. A distinção de qual é a correcta está nos pormenores que devem ser (e já estão a ser) investigados. A capacidade dos processos naturais de explicarem o que observamos torna desnecessária a invocação de qualquer divindade como explicação; de qualquer modo “deus fez” não explica nada de nada.

É verdade que evolução molecular não é fácil para toda a gente compreender, mas penso que facilitaria bastante se as pessoas deixassem a religião de lado de vez em quando.

Ref.:

1. Behe, Biochemistry, and the Invisible Hand (2001), Niall Shanks and Karl Joplin, Philo Vol. 4 No. 1 (disponível aqui: http://www.philoonline.org/library/shanks_4_1.htm)


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