sábado, 15 de setembro de 2012

A Evolução é um Facto?


A evolução é um facto. A macro-evolução é um facto e a micro-evolução é um facto. Ao longo da redação deste blog fui aprofundando cada vez mais o assunto da ancestralidade comum. A elevada probabilidade de todos os seres vivos partilharem um ancestral comum leva a concluir que a macro-evolução é um facto. A Teoria da Evolução trata do modo como as transformações ocorreram: mutações genéticas e epimutações, selecção natural, deriva genética e por vezes isolamento geográfico - de uma forma medianamente gradual, não sendo de descartar a teoria do equilibrio pontuado. Transições macro-evolutivas - especiação, ocorrem á escala da vida humana e da história humana, não só em micróbios, mas também em animais, como o salmão. Em espécies com reprodução sexuada, o impedimento (natural) dos cruzamentos é um factor preponderante na diferenciação entre 2 espécies (pode ser por exemplo a desova em periodos de tempo diferentes, que se traduz em alterações genéticas). O processo de especiação por diferença de ciclo de desova é actualmente observado em populações de salmões (animais complexos e sexuados) que estão a atingir a diferenciação entre espécies. Os factores que originam as macro-transições observáveis são os supra-citados - eles de facto causam macro-transições. A evolução é um problema histórico, pelo que as macro-transições históricas e o modo como ocorreram, obviamente, não podem ser observados, mas sim indiciados/evidenciados e inferidos (permanecendo assim, como teoria cientifica), através da inferencia da vantagem evolutiva que determinadas caracteristicas teriam, através de análises comparativas bioquímicas, de proteínas e DNA, da análise do registo fóssil –temos um óptimo exemplo no registo fóssil relativo á evolução humana da transição entre géneros.




O género Homo teria surgido entre 2,5 milhões e 2 milhões de anos, a partir de alguma espécie de Australopithecus. Entre as características distintivas do género Homo estão alterações no maxilar e nos dentes, locomoção obrigatoriamente bípede e um crânio mais volumoso (com capacidade interna de 600 a1.300 cm3 ou mais). A transição entre a linhagem de Australopithecus que deu origem ao género Homo e, dentro deste, à espécie H. sapiens pode ser caracterizada pela evolução dessas características e por mudanças no comportamento social e cultural.

Com base no exame de restos fósseis dos esqueletos de dois indivíduos, um adulto e uma criança, encontrados na África do Sul e com datação estimada em 2,3 milhões de anos, um grupo de pesquisa­dores descreveu e nomeou uma nova espécie de antropoide, o Australopithecus sediba Do artigo, publicado em Abril na revista científica Science (v. 328, no 5.975, p. 195), pode-se destacar o facto dos restos fósseis indicarem que a A. Sediba tinha mais caracteres em comum com as primeiras linhagens do género Homo do que qualquer outra espécie de Australopithecus e o facto de muitas características serem comuns a 3 espécies: A. africanus, A. sediba e H. Habilis.

A nova espécie seria, portan­to, o ‘elo’ mais recente – ao me­nos entre as espécies conhecidas – na transição entre os australo­pitecíneos e o género Homo. Assim, A. sediba parece ser forte candidato a ocupar uma posi­ção-chave na árvore evolutiva dos antropoides, aplainando ainda mais o caminho que leva dos Australopithecus às primeiras linhagens do género Homo.

Outros elementos do registo fóssil, quando combinados com a análise bioquímica evidenciam fortemente macro-transições a partir da possibilidade de inferência de ancestralidade comum – por exemplo, no caso dos repteis, aves e mamíferos.

Apesar das macro-transições históricas estarem fora do alcance da observação directa, novas macro-transições (em menor escala, caso da especiação) podem ser observadas e estudadas.

A evolução natural é um facto. Aprendam a lidar com isso.

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