quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Evolução: Especiação Primária em Laboratório


Os criacionistas estão mesmo mal informados relativamente a casos de especiação quando afirmam (como faz o jornalista Michelson Borges) que nunca foi reportado nenhum caso de especiação primária á escala d vida humana. Num texto intitulado ‘Porque é que o Darwinismo é falso”, a ideia de Michelson Borges é refutar algumas afirmações de Jerry Coyne na sua obra de divulgação ‘Why Evolution is True’. Imagine-se? Um jornalista e teólogo que pensa que sabe mais de biologia do que um biólogo! Mas que imaginação têm os criacionistas e que arrogância desmedida. Aqui, vou mostrar o contrário:


Dobzhansky e Pavlovsky (1971) relataram um evento de especiação que ocorreu num laboratório, numa cultura de Drosophila paulistorum entre 1958 e 1963. A cultura era descendente de uma única fêmea inseminada que foi capturada nos Llanos, Colômbia. Em 1958, esta estirpe produziu híbridos férteis quando cruzadas com coespecíficos de diferentes subespécies de Orinocan. De 1963 em diante, cruzamentos com subespécies de Orinocan produziram machos estéreis. Inicialmente o não acasalamento ou isolamento comportamental não foi observado entre a subespécie de Llanos e as de Orinocan. Mais tarde, isso foi verificado.


Ainda que isolamento reprodutivo não tenha sido completo, espécies têm sido classificadas como diferentes, mesmo quando o isolamento reprodutivo não é completo – daí por vezes se originarem híbridos férteis.


Como exemplo de especiação primária pode-se considerar a ocorrência registada com as bactérias de Lenski – estas foram positivamente seleccionadas por adquirirem um fenótipo que permitia a utilização de uma fonte de energia anteriormente inacessível a esta espécie e que era uma característica pela qual a espécie tem sido caracterizada.


Mas há sempre um criacionista que diz “ Mas continuam a ser moscas!”. Infelizmente ainda existem pessoas que enquanto não virem uma bactéria transformar-se numa pessoa não sossegam - o que é contraditório, pois um craicionista sabe que existem electrões e protões sem nunca os ter visto. Na falta ou escassez de argumentos o criacionista fica esquizofrénico e diz para si próprio “Está tudo bem, são apenas moscas a originarem moscas. Está tudo bem, Deus criou tudo e a Terra tem 6000 anos…” E o criacionista continua a viver na ignorância.



Referências:


Dobzhansky, T. and O. Pavlovsky. 1971. Experimentally created incipient species of Drosophila. Nature. 230:289-292.




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