sábado, 8 de setembro de 2012

Evolução: As Bactérias de Lenski



O professor Richard Lenski da Missouri State University foi o responsável pelo estudo da evolução de bactérias em laboratório. Em 2009 Richard Lenski (e os seus colegas) publicaram um estudo na revista Nature sobre a evolução genómica de bactérias cultivadas durante 21 anos, cujo genoma foi preservado para posterior análise.

Foram sequenciados genomas de uma amostra com 40.000 gerações a partir de uma população de laboratório de Escherichia coli. Embora a adaptação tenha desacelerado, a evolução genómica era quase constante por 20.000 gerações. Tal é normalmente visto como a assinatura de evolução neutra, mas várias linhas de evidência indicam que quase todas estas mutações eram benéficas. Esta mesma população mais tarde evoluiu com uma taxa de mutação elevada e centenas de mutações acumuladas adicionais dominadas por uma assinatura neutra. Assim, o acoplamento entre a evolução genómica e adaptável é complexo e pode ser contra-intuitiva, mesmo num ambiente constante. Em particular, as substituições benéficas foram surpreendentemente uniformes ao longo do tempo, enquanto que substituições neutras foram altamente variáveis​​.

Os resultados "enfatizam lindamente a sucessão de eventos mutacionais que permitiram a estes organismos a subir em direção a uma maior eficiência no seu ambiente", observou Dominique Schneider, geneticista molecular na Université Joseph Fourier, em Grenoble, França numa entrevista à Science Daily.

As mutações genéticas não trazem apenas degradação do DNA, podem trazer benefícios, mudanças de função e até mesmo criar nova função - por exemplo, se acompanhadas de duplicação: o gene original mantém-se (e pode também evoluir) e o gene duplicado pode neofuncionalizar. 

Pois é, criacionistas, a vida é dura quando a cabeça não pensa. Se houvesse algum acontecimento sobrenatural para as bactérias evoluírem no laboratório ou para os vírus resistirem a antivirais através de mutações benéficas (mesmo de baixo do nariz dos investigadores), alguém teria observado e reportado, certo? Mas se alguém pensar que é algo que não se pode observar nem evidenciar objectivamente, só vem confirmar que a hipótese do Design Inteligente não é uma abordagem cientifica satisfatória.

 

Referencias:

Nature. 2009 Oct 29;461(7268):1243-7. Epub 2009 Oct 18.

Genome evolution and adaptation in a long-term experiment with Escherichia coli.

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