sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Evolução: Especiação á Escala da Vida Humana



Casos de especiação com incompatibilidade genética podem ocorrer á escala da vida humana (em ‘tempo real’). Quem não aceita a ‘macro-evolução’ como um facto verificável devia fazer uma visita ao pubmed ou ler revistas científicas.

Um estudo muito interessante realizado em 2007 com culturas de fungos documenta a ocorrência (e uma possível explicação).

O estudo demonstrou três aspectos importantes da especiação num micróbio de desenvolvimento complexo e eucarionte, a qual ocorreu na cultura de fungos.


  1. Selecção divergente sobre uma população, de fundação comum resultou na adaptação divergente e especialização ambiental. Populações evoluíram e típicamente tiveram maior aptidão no seu ambiente selectivo do que no ambiente alternativo em que não tinha evoluído - correlação negativa entre aptidão e mudança de ambientes.


  1. Adaptação divergente resultou em maior isolamento reprodutivo do que a adaptação paralela. Evidência para o sucesso reprodutivo diferencial foi observado em duas fases do ciclo sexual: produção de uma estrutura envelope (peritécio) e viabilidade da prole. A base genética para um dos fenótipos de incompatibilidade observados pode ser explicada por um modelo 2-locus, 2-alelos com epistase (assimétrica e antagonista) – fenómeno em que os efeitos de um gene são modificadas por um ou vários outros genes; refere-se às propriedades estatísticas do fenómeno, e não implica necessariamente interacção bioquímica.


  1. Os efeitos de adaptação divergente no isolamento reprodutivo foram mais pronunciados para populações com maior variação genética inicial. Hibridação interespecífica pode produzir variação nova que permite que as populações sigam certas trajectórias evolutivas. Em conjunto, os resultados reforçam a hipótese de que, dada a variação genética posição adequada, a adaptação divergente pode causar indiretamente a evolução do sucesso reprodutivo diferencial, e, eventualmente, levar a especiação.


Ocorreu adaptação divergente (por selecção natural de certas características), mutação, modificação fenotípica e verificou-se alguma incompatibilidade genética (vêem criacionistas? Não é necessário nada de sobrenatural!)

 


Mas criacionista que se preze nunca muda de opinião: “ Mas continua a ser um fungo!”, e depois enfiam os dedos nos ouvidos e “Lá lá lá lá lá lá lá”.  


Conhecem-se alguns casos na natureza de hibridação com descendência fértil entre 2 espécies diferentes, tanto em plantas como em animais (aves, aves, peixes e, possivelmente, em primatas).


O conceito de espécie é arbitrário, no entanto há consenso suficiente para ser disponibilizada uma base de dados oficial.


Referências:


BMC Evol Biol. 2008 Jan 31;8:35.

Divergent adaptation promotes reproductive isolation among experimental populations of the filamentous fungus Neurospora.


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