domingo, 30 de setembro de 2012

Ateísmo, Agnosticismo & Evolucionismo


Ateísmo, Agnosticismo & Evolucionismo

 

Como distinguir um ateu de um agnóstico? Na realidade, pelas definições, o ateísmo deriva do agnosticismo, que designa a posição de alguém que não tem razões suficientes para acreditar em deus. Um ateu, por não ter razões para acreditar em deus afirma que este não existe, enquanto que um agnóstico afirma que não sabe ao certo ou que é muito improvável que deus exista, baseando-se na ausência de evidencias. A ‘linha’ que separa esta visão agnóstica do ateísmo é ténue, no entanto, existe uma ligeira diferença. Richard Dawkins intitula-se agnóstico, pois não pode afirmar com 100% de certeza que deus não existe. É nesta base que prefiro designar-me como agnóstica e não como ateia.

Onde fica a Teoria da Evolução? Não aprecio o uso do termo ‘evolucionista’, pois a Teoria da Evolução é uma teoria cientifica e não uma doutrina filosófica (como por exemplo, o deísmo), embora por vezes o utilize por uma questão de distinção de posições e muitas vezes para me referir ao modo como os criacionistas ‘pensam’.

Nesta questão (ateísmo ou teísmo) a Teoria da Evolução não é neutra, pois procura explicar a origem da diversidade biológica por ocorrências naturais, e alguns conceitos que constam desta teoria podem ser aplicados ás condições pré-bióticas, de modo a explicar a origem da vida, também por ocorrências naturais. Apesar deste facto existem teístas e deístas que devido á sua formação académica (ou auto-esclarecimento) aceitam que a teoria da evolução é a que melhor explica toda a diversidade existente, continuando a acreditar num universo projectado com propósito, mas o qual pode evoluir naturalmente. Esta não é de todo uma hipótese cientifica, mas uma concepção filosófica que pode ser designada por Evolucionismo (e agora o termo está bem empregue) teísta. Quanto ao facto da Teoria da Evolução não ser neutra, não se pode afirmar que a Teoria da Evolução é capaz de excluir a existência de deus, mas sim que exclui a sua acção criadora relativamente á vida como a conhecemos e que a aplicação dos seus conceitos ás condições pré-bióticas aspira a tal exclusão.
 relativamente á origem da primeira forma de vida.

No entanto, o que sobra para o teísmo? As lacunas nas explicações científicas, como por exemplo, a origem do Big Bang (a origem da origem…). Nesse caso, os teístas baseiam-se na falta de dados para apoiar a hipótese da existência de deus, o que não é de todo um raciocínio válido. Afirmar que o monstro do esparguete voador não existe por falta de evidencias é talvez menos prudente do que afirmar que deus não existe por falta de evidencias – afinal de contas, o esparguete existe, se este pode tornar-se um ‘monstrinho’, isso não se pode saber pois se alguém faz uns desenhos animados sobre o monstro do esparguete voador (e já fizeram) pode-se afirmar (mas não evidenciar) que tem algum fundo verdadeiro, se o autor não estiver vivo para desmentir, tal e qual como acontece com a Bíblia. Assim, não é possível provar a existência do monstro do esparguete voador, nem se consegue provar que não existe, tal como acontece com deus. Apesar de os teístas praticamente exigirem provas da inexistência de deus a quem simplesmente não acredita em deus, nunca nenhum ateu ou agnóstico (que eu saiba) afirmou ter essas ‘provas’, mas sim falta (leia-se inexistência) de evidencias da sua existência.

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