segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Evolução vs Design Inteligente: Behe vs. Lynch


EVOLUÇÃO POR DUPLICAÇÃO E MODIFICAÇÕES MULTI-RESIDUAIS

O estudo de Michael Behe e Snoke intitulado ‘Simulating evolution by gene duplication of protein features that require multiple amino acid residues’ pretendia desafiar a idéia de que complexos características adaptativas de proteínas podem ser explicado por mecanismos moleculares, genéticos e evolutivos conhecidos.

“The process we envision for the production of a multiresidue (MR) feature is illustrated in Figure 1, where a duplicate gene coding for a protein is represented as an array of squares that stand for nucleotide positions. A gene coding for a duplicate, redundant protein would contain many nucleotides. The majority of nonneutral point mutations to the gene will yield a null allele (again, by which we mean a gene coding for a nonfunctional protein) because most mutations that alter the amino acid sequence of a protein effectively eliminate function. However, if several point mutations accumulate at specific nucleotide positions in the gene coding for the protein before a null mutation occurs elsewhere in the gene, then several amino acid residues will have been altered and the new selectable MR feature will have been successfully built in the protein.”

No entanto, um estudo da autoria de Michael Lynch intitulado “Simple evolutionary pathways to complex proteins” evidencia a falácia lógica que levou a que Michael Behe tirasse conclusões erradas (oh, not again!): o simples facto de utilizar um modelo não-darwinista para avaliar se processos Darwinistas (selecção natural, descendência com modificação) são capazes de produzir funções multi-residuais.

Sobre este assunto, o estudo afirma:

“Although the authors claim to be evaluating whether Darwinian processes are capable of yielding new multi-residue functions, the model that they present is non- Darwinian (King and Jukes 1969). Contrary to the principles espoused by Darwin, that is, that evolution generally proceeds via functional intermediate states, Behe and Snoke consider a situation in which the intermediate steps to a new protein are neutral and involve nonfunctional products. Although non-Darwinian mechanisms play an important role in contemporary evolutionary biology, there is no logical basis to the authors’ claim that observations from a non-Darwinian model provide a test of the feasibility of Darwinian processes. Moreover, given that the authors restricted their attention to one of the most difficult pathways to an adaptive product imaginable, it comes as no surprise that their efforts did not bear much fruit.”

Para simplificar a apresentação, tanto quanto possível, o autor focou-se num genoma haplóide não-recombinante (como assumido por Behe e Snoke), com a origem de uma nova função adaptativa que envolve uma interacção entre 2 resíduos, por exemplo, a ligação dissulfureto entre 2 cisteínas.

Os autores deste estudo utilizaram um modelo que se encontra de acordo com os dados de vários estudos, de acordo com o facto dos estádios intermediários não desfuncionalizarem a proteína codificada – ao contrário das pressuposições de Michael Behe.

O modelo utilizado por Lynch tem a prioridade de ser compatível com a estrutura convencional de genética de populações, sendo a versão darwinista mais próxima possível do modelo de Behe e Snoke, em que os estados intermediários da evolução da proteína envolvem produtos funcionais (de acordo com Darwin) sem efeitos positivos imediatos sobre a aptidão do organismo (consistente com os pressupostos de Behe e Snoke).

Existem numerosos caminhos simples pelos quais funções multi-residuais adaptativas podem evoluir em escalas de tempo de um milhão de anos (ou muito menos) em populações de tamanho moderado. Assim, a trajectória evolutiva clássica de descendência com modificação é adequada para explicar a diversificação das funções das proteínas.

Para ver o artigo completo, deve-se aceder aqui: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2253472/?tool=pubmed

Ambos os artigos foram publicados na revista Protein Science.

Não há nenhum estudo que tenha passado por peer-review (revisão de pares, mas peer-review é mais chique) que demonstre que as mutações e combinações de mutações que produzem novas funcionalidades (ou modificam drasticamente as já existentes) não podem ocorrer naturalmente e de acordo com os modelos darwinistas.

É de notar que o estudo de Michael Behe não infere nenhuma explicação alternativa para a ocorrencia e fixação dos conjuntos de mutações.
O autor não se atreve a mencionar o design inteligente - por este não constar de nenhuma teoria cientifica, não sendo por isso passível de aprovação em revisão de pares; ou então constava do estudo original e foi omitido por não ser aceite em revisão de pares pelos motivos anteriormente referidos.


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