E
quanto á evolução do Homem? Relativamente a esse assunto temos vários dados –
incluindo fósseis que podem ser considerados fósseis de transição e dados
genéticos.
Retrovirus endógenos fornecem informação filogenética de 2
formas: comparando o polimorfismo do local de integração e por comparação do
material proviral (percursor ou forma latente de um vírus integrado no genoma)
e sequencia de nucleótidos. Neste estudo, árvores são construídas com as
repetições terminais não codificantes de vários loci de R.V.E.
Como as 2 LTR de R.V.E. são idênticas aquando da integração
mas evoluem independentemente, cada locus de RVE pode fornecer 2 estimativas da
filogenia de espécies baseada na evolução molecular da mesma sequência
ancestral.
O uso deste método em estudos
sobre humanos, permite a comparação de árvores com um padrão filogenético
estabelecido – o dos antigos primatas. Num estudo publicado (Welkin E. Johnson
and john M. Coffin), os loci dos R.V.E. forneceram pelo menos 3 fontes de sinal
filogenético. Um locus de RVE partilhado por 2 ou mais espécies é descendente
de uma única integração e prova de que as espécies partilham um ancestral
comum, cuja linha germinativa integrou originalmente o vírus. Se os vírus
infectarem as células percursoras de gâmetas, estes podem ser transmitidos de
geração em geração – o genoma humano possui milhares desses vírus. Estes
permanecem no mesmo locus nos cromossomas humanos e nos dos chimpanzés – vírus
que certamente infectaram o ancestral comum. É também de notar que entre o
Homem e o chimpanzé existe 98% de semelhança nos 2% codificantes do genoma e
75% no total do genoma.
Relativamente ao registo fóssil, o
diagrama seguinte mostra de forma sucinta o registo fóssil da evolução do
Homem:
Figura 2: Arvore filogenética do género
Homo
Este salienta a
presença do Australopitecus sediba, uma espécie de hominídeo descoberta
na África do Sul (Lee R.
Berger, Abril de 2010) que pode representar um elo entre os
gêneros ‘Australopithecus’ e ‘Homo’.
Os
restos fósseis indicam que a A. sediba tinha mais características em
comum com as primeiras linhagens do género Homo do que qualquer outra
espécie de Australopithecus.
A nova espécie seria, portanto,
o elo mais recente – ao menos entre as espécies conhecidas – na transição
entre os australopitecíneos e o género Homo. Assim, A. sediba parece
ser um forte candidato a ocupar uma posição-chave na árvore evolutiva.
Figura 3: Craneo do A. Sediba
O elo perdido entre os humanos e seus parentes
vivos mais próximos é uma das lacunas atuais do conhecimento sobre a história
evolutiva dos antropoides. No entanto, é de notar que o número de espécies de
antropoides fósseis semelhantes aos seres humanos tem aumentado nos últimos
anos. Entre esses novos achados, o candidato a elo mais antigo que se conhece é
o Sahelanthropus tchadensis (‘homem de Toumai’), cujos primeiros
restos fósseis – um crânio, pedaços de mandíbulas e alguns dentes – foram
encontrados no deserto de Djurab, no Chade, em 2001 por Michel Brunet.
A sua datação de há 7 milhões de anos um dado importante a favor desta hipótese.
Ainda restam algumas dúvidas sobre o facto do
Australopitecus Aferensis ser um fóssil de transição, devido em parte á
imprecisão das estimativas da sua altura No entanto, esta é descrita como um
fóssil de transição por Jerry Coyne na sua obra “Porque a Evolução é verdade?”.
Um estudo (Yohannes Haile-Selassie) no qual foram analisadas as proporções dos membros, forma torácica
e património locumotor . Juntas, essas características ainda estabeleceu que a
faculdade de caminhar em 2 pernas deste Australopithecus era altamente evoluída
e que a forma torácica diferia substancialmente da qualquer símio Africano.
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