quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dissecando as Evidências do Darwinismo IV


E quanto á evolução do Homem? Relativamente a esse assunto temos vários dados – incluindo fósseis que podem ser considerados fósseis de transição e dados genéticos.

Retrovirus endógenos fornecem informação filogenética de 2 formas: comparando o polimorfismo do local de integração e por comparação do material proviral (percursor ou forma latente de um vírus integrado no genoma) e sequencia de nucleótidos. Neste estudo, árvores são construídas com as repetições terminais não codificantes de vários loci de R.V.E.

Como as 2 LTR de R.V.E. são idênticas aquando da integração mas evoluem independentemente, cada locus de RVE pode fornecer 2 estimativas da filogenia de espécies baseada na evolução molecular da mesma sequência ancestral.

O uso deste método em estudos sobre humanos, permite a comparação de árvores com um padrão filogenético estabelecido – o dos antigos primatas. Num estudo publicado (Welkin E. Johnson and john M. Coffin), os loci dos R.V.E. forneceram pelo menos 3 fontes de sinal filogenético. Um locus de RVE partilhado por 2 ou mais espécies é descendente de uma única integração e prova de que as espécies partilham um ancestral comum, cuja linha germinativa integrou originalmente o vírus. Se os vírus infectarem as células percursoras de gâmetas, estes podem ser transmitidos de geração em geração – o genoma humano possui milhares desses vírus. Estes permanecem no mesmo locus nos cromossomas humanos e nos dos chimpanzés – vírus que certamente infectaram o ancestral comum. É também de notar que entre o Homem e o chimpanzé existe 98% de semelhança nos 2% codificantes do genoma e 75% no total do genoma.  

Relativamente ao registo fóssil, o diagrama seguinte mostra de forma sucinta o registo fóssil da evolução do Homem:



Figura 2: Arvore filogenética do género Homo


Este salienta a presença do Australopitecus sediba, uma espécie de hominídeo descoberta na África do Sul (Lee R. Berger, Abril de 2010) que pode representar um elo entre os gêneros ‘Australopithecus’ e ‘Homo’.

Os restos fósseis indicam que a A. sediba tinha mais características em comum com as primeiras linhagens do género Homo do que qualquer outra espécie de Australopithecus.

A nova espécie seria, portan­to, o elo mais recente – ao me­nos entre as espécies conhecidas – na transição entre os australo­pitecíneos e o género Homo. Assim, A. sediba parece ser um forte candidato a ocupar uma posi­ção-chave na árvore evolutiva.



Figura 3: Craneo do A. Sediba
 


O elo perdido entre os humanos e seus parentes vivos mais próximos é uma das lacunas atuais do conhecimento sobre a história evolutiva dos antropoides. No entanto, é de notar que o número de espécies de antropoides fósseis semelhantes aos seres humanos tem aumentado nos últimos anos. Entre esses novos achados, o candidato a elo mais antigo que se conhece é o Sahelanthropus tchadensis (‘homem de Toumai’), cujos primeiros restos fósseis – um crânio, pedaços de mandíbulas e alguns dentes – foram encontrados no deserto de Djurab, no Chade, em 2001 por Michel Brunet.
A sua datação de há 7 milhões de anos um dado importante a favor desta hipótese.

Ainda restam algumas dúvidas sobre o facto do Australopitecus Aferensis ser um fóssil de transição, devido em parte á imprecisão das estimativas da sua altura No entanto, esta é descrita como um fóssil de transição por Jerry Coyne na sua obra “Porque a Evolução é verdade?”. Um estudo (Yohannes Haile-Selassie) no qual foram analisadas as proporções dos membros, forma torácica e património locumotor . Juntas, essas características ainda estabeleceu que a faculdade de caminhar em 2 pernas deste Australopithecus era altamente evoluída e que a forma torácica diferia substancialmente da qualquer símio Africano.

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