Este post (e os seguintes sobre o mesmo tema) não pretende
expressar a minha opinião, apenas expor os factos e evidencias, conclusões e
conjecturas de cientistas da Biologia, Genética, Bioquímica e afins, publicados
em artigos diversos e obras completas. No fim da abordagem deste tema, publicarei uma lista de referências
bibliográficas para que todos as possam consultar.
O que diz a teoria sintética da evolução?
Talvez tenha começado mal a abordagem à principal temática do
blog.
O que é que a Teoria sintética da evolução afirma de facto?
A vida na Terra evoluiu gradualmente, tendo começado no planeta por uma
espécie primitiva – começando com uma molécula auto-replicadora, que viveu há
mais de 3,5 mil milhões de anos. A espécie ramificou-se ao longo do tempo,
originando muitas espécies novas e diversas e o mecanismo para a maioria (e não
para todas) das mudanças evolutivas é a selecção natural. Simplificando:
evolução, gradualismo (são necessárias várias gerações), especiação,
ancestralidade comum, selecção natural e mecanismos não selectivos.
O facto “evolução”: as espécies sofrem mudanças genéticas ao
longo do tempo – ao longo de muitas gerações estas evoluem para outras
diferentes, cujas diferenças são baseadas em alterações do DNA que originam
mutações. A teoria não pressupõe que tenham de evoluir em larga escala nem
todas com velocidades semelhantes.
Quais são as evidências da evolução? Na realidade novas evidências
da evolução vão surgindo ao longo do tempo, mas algumas podem ser conferidas
neste post, mas para já algumas explicações:
Evolução: ao longo de muitas gerações as espécies evoluem
para outras diferentes, cujas diferenças são baseadas em alterações do DNA que
originam mutações. A teoria não pressupõe que tenham de evoluir em larga escala
nem em períodos de tempo semelhantes.
Em termos de
predições deveríamos encontrar casos de especiação, para além dos parentescos
definidos pelas análises de DNA.
Além destas predições, a Teoria Sintética da Evolução
poderia ser também apoiada por factos que só fariam sentido se as afirmações da
teoria sintética da evolução fizessem sentido, os quais incluem os padrões de
distribuição geográfica das espécies no planeta, a lei da biogenética e a
existência de características vestigiais, como crianças humanas nascerem com
caudas vestigiais – atavismos, isto é, reaparecimento de características
ancestrais e corações com características de corações de répteis – também
atavismos.
Houve um caso (publicado por Ishmeet Walia, MD, Harvinder S. Arora, MD, et
al) no qual a angiografia coronária mostrou que o paciente tinha um
miocárdio não compactado, juntamente com múltiplas fístulas coronárias que
escoavam o sangue das artérias coronárias direita e esquerda para a cavidade do
ventrículo esquerdo. Ao apresentar comunicações directas com a cavidade
ventricular, o coração possuía características de um coração de réptil. Segundo
as predições evolutivas, os mamíferos têm um ancestral comum com os répteis,
então, aqui fica mais uma evidência. A explicação evolutiva – e a mais simples,
é que ocorre re-expressão de genes inactivos, que teriam sido funcionais num
ancestral comum, mas que por selecção natural deixaram de ser transcritos,
sendo esperado encontrar nos genomas de muitas espécies genes como estes.
Pode-se verificar que mutações mudaram o gene, de modo a que este não produza
proteínas úteis ou se regiões de controlo foram inactivadas. Isto foi verificado,
encontrando-se mesmo DNA de outras espécies – vírus, mais especificamente
retrovirus, os quais inserem o seu material genético no genoma do hospedeiro,
através de um mecanismo complexo, no qual é de salientar a acção da
transcriptase reversa.
Os ratos têm um grande número de genes que
“controlam” o aparelho olfactivo activos, que podem ter sofrido duplicação ao
longo de gerações, ao contrário de outras espécies que não tiram tanta vantagem
dessa característica – como o Homo Sapiens Sapiens.
Relativamente á ancestralidade comum, significa que podemos
encontrar linhagens usando sequencias de DNA e/ou fosseis. A classificação
natural (de Lineu) é por si só uma evidência, pois é baseada no pressuposto
racional de que organismos com características semelhantes também têm genes
semelhantes e por estão mais relacionados em termos filogenéticos. Actualmente
os genes podem ser comparados directamente, como já foi demonstrado –
sequenciação de DNA de várias espécies e medição das semelhanças, de modo a reconstruir
as suas relações evolutivas. Estas não têm demonstrado grandes alterações no
que se pressupunha pelas características orgânicas. Podemos agrupar os repteis
e as aves (baseado na análise sequencial de DNA).
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