Até aqui foram expostas as evidências da Teoria Sintética da Evolução sem considerar o registo fóssil. No entanto, ainda que incompleto, este continua a fornecer algumas das provas mais fortes de que esta teoria não só merece creditação, como é a que melhor explica a origem da diversidade e complexidade da vida. Aqui estão eles:
Durante mais de metade da história da vida as espécies eram de invertebrados e nos restantes casos, os organismos atravessaram intensos períodos de mudança da crosta terrestre, logo não se pode esperar que o registo fóssil esteja completo. No século XIX, o registo fóssil era inconclusivo e o conhecimento de certas estruturas moleculares (como o DNA) não existia, portanto a Teoria de Darwin só conquistou a credibilidade científica após a sua morte. Os primeiros organismos completos datam de há 3,5 mil milhões de anos e sobraram também outras formas (invertebradas) da terra jovem.
Os seguintes gráficos demonstram a evolução e especiação de espécies fósseis.
Gráfico 1: Registo fóssil evidencia alterações evolutivas na Globorotalia conoidea. O gráfico disponibiliza o numero de câmaras da concha.
Gráfico 2: Evolução e especiação do Eucyrtidium.O gráfico disponibiliza a largura do 4º segmento.
Na transição réptil-ave, os fosseis de transição deveriam estar posicionados na arvore filogenética após os repteis terem evoluído, mas antes do aparecimento dos pássaros, apresentando características intermédias. E assim foi, se atentarmos no fóssil do archaeopterix lithographica descoberto em calcário do jurássico na Alemanha em 1860.
Ao contrário de todas as aves vivas, o
Archaeopteryx tinha um conjunto completo
de dentes, um esterno bastante plano, uma cauda longa e óssea, gastralia ("costelas
da barriga"), e três garras na asa que
poderia ter ainda sido usados
para agarrar a presa (ou
talvez árvores). No entanto, as suas penas, asas, fúrcula ("osso da sorte") e os dedos
são reduzidos são
características das aves modernas.
Figura
1 – Archaeopterix lithographica.
Outro
fóssil que também pode ser considerado de transição é o fóssil do Tiktaalik
roseae.
Figura
2: Medidas do Tiktaalik roseae.
Um cientista da universidade de Chicago, o Dr. Neil H.
Shubin liderou uma equipa de paleontólogos para tentar descobrir este fóssil de
transição numa ilha a cerca de 965
km do polo norte, pois as rochas existentes teriam 375
milhões de anos. Este fóssil demorou mais de 5 anos a ser descoberto. Só em
2004 os objectivos foram atingidos e a descoberta foi publicada na revista
"Nature". Isto demonstra uma grande dificuldade em encontrar fósseis
e digo mesmo que os cientistas têm muita sorte em terem encontrado tantos,
inclusivamente fósseis de transição.
O fóssil apresentava as seguintes características:
a. Escamas e membranas natatórias
b. Cabeça achatada
c. Cabeça, pescoço bem diferenciadas do resto do corpo
d. Os ossos das barbatanas eram semelhantes aos dos animais
terrestres, inclusivamente aos do nosso braço.
Este
pode ser considerado um elo directo entre os peixes e os primeiros anfíbios.
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