Desta vez, o post será menos sobre ciencia...
Sou baptizada, mas tive uma educação católica apenas dos 7 aos 8, 9 anos. Os meus pais não eram conservadores, tendo mesmo deixado de ser praticantes, pelo que não tive uma educação católica "completa". No 2º ciclo (5º e 6º ano) não escolhi ter aulas de Educação Moral e Religiosa Católica e os meus pais concordaram, apesar das objecções da directora de turma. Aos 11 anos afirmei-me como ateia - um ateísmo fraco, não pretendendo gerar conflitos. Um dia, num corredor, alguns colegas da turma chamaram-me satânica, pois sabiam que não tinha aulas de religião e que não tinha por hábito dizer orações. Ao mesmo tempo, passavam outros colegas e professores que começavam a observar a cena. Foi das vezes em que me senti mais envergonhada no ensino básico. Eu não era satânica e para mim, como criança, isso era algo de imoral, de mau - como se não bastasse o tom reprovador e ao mesmo tempo trocista dos meus colegas. Ao longo do meu percurso escolar do ensino básico fui forçada a responder a perguntas (de professores) sobre as minhas opções religiosas, sendo imediatamente fulminada pelos seus olhares reprovadores assim que descobriam a verdade. Depressa passei para o ateísmo forte e militante (entre o 9º ano e o 11º ano - 2º do ensino médio). Tudo isto fez de mim uma pessoa completa, pois as más experiencias podem ser bastante elucidativas.
Actualmente sou agnóstica, humanista e feminista, como já declarei anteriormente. Sou uma pessoa de dúvida, de espírito crítico. Ponderei bastante a respeito da publicação deste post, que apenas serve para realçar a discriminação religiosa - nomeadamente contra o ateísmo, que ainda hoje existe e existirá nos países ditos desenvolvidos. Espero que sirva de exemplo, para quem ainda pensa que a religião é sobre paz e amor e sobre a criação por um deus de amor á sua imagem e semelhança.
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