A inteligência emerge sempre de um suporte físico – que se
saiba, o cérebro. O cérebro complexo em conjunto com a inteligência e a
capacidade de produzir design aparecem tarde na história da Terra, na evolução.
E um cérebro é uma estrutura bastante improvável.
Normalmente teóricos do design extra-terrestre e
criacionistas usam o argumento da improbabilidade (Dembski e Behe incluídos)
para defender uma intervenção inteligente/divina. Mas esquecem-se de um
pormenor: improvável seria a emergência desse ser inteligente, que teria que
ter surgido e evoluído ou então ter sido criado por outro designer também muito
improvável. É claro que, para um criacionista á boa moda antiga, isto não
aquece nem arrefece – deus sempre existiu, é imaterial, etc. Mas para os
criacionistas que afirmam (e reafirmam) propósitos científicos já não passa ao
lado (ou não devia passar). Se a única objecção que têm contra uma origem
natural de certas estruturas e organismos é a improbabilidade, o mesmo poderia
ser dito do designer – e então teriam que defender um número infinito de
designers, mas sabe-se que algum teria que ser o primeiro.
Para os tradicionais criacionistas, fica um problema: a
inteligência não é algo que vagueia por aí “sem corpo”. É necessário uma
estrutura orgânica.
Concluindo: o argumento da
improbabilidade refuta-se a ele próprio.
Sem comentários:
Enviar um comentário