quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A inteligência e a sua improbabilidade


A inteligência emerge sempre de um suporte físico – que se saiba, o cérebro. O cérebro complexo em conjunto com a inteligência e a capacidade de produzir design aparecem tarde na história da Terra, na evolução. E um cérebro é uma estrutura bastante improvável.

Normalmente teóricos do design extra-terrestre e criacionistas usam o argumento da improbabilidade (Dembski e Behe incluídos) para defender uma intervenção inteligente/divina. Mas esquecem-se de um pormenor: improvável seria a emergência desse ser inteligente, que teria que ter surgido e evoluído ou então ter sido criado por outro designer também muito improvável. É claro que, para um criacionista á boa moda antiga, isto não aquece nem arrefece – deus sempre existiu, é imaterial, etc. Mas para os criacionistas que afirmam (e reafirmam) propósitos científicos já não passa ao lado (ou não devia passar). Se a única objecção que têm contra uma origem natural de certas estruturas e organismos é a improbabilidade, o mesmo poderia ser dito do designer – e então teriam que defender um número infinito de designers, mas sabe-se que algum teria que ser o primeiro.   

Para os tradicionais criacionistas, fica um problema: a inteligência não é algo que vagueia por aí “sem corpo”. É necessário uma estrutura orgânica.    

Concluindo: o argumento da improbabilidade refuta-se a ele próprio.

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