sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

“The edge of evolution”: revisão


Anteriormente mencionei um estudo por Richard Lenski onde se demonstrava a acumulação de várias mutações benéficas, cujo conjunto no total teria uma probabilidade bastante baixa – inferior a 1:10^20, a qual Behe considerou um limite para a evolução. No entanto pode-se afirmar que não é significativo, uma vez que Behe assume que as mutações em separado são prejudiciais, tendo por isso que acontecer ao mesmo tempo ou são eliminadas por selecção. Mas isso não é verdade. De acordo com a teoria da neutralidade aproximada, tem-se que mutações ligeiramente prejudiciais podem persistir e até fixar-se (não falando nas neutras).
 
Relembrando "A caixa Preta de Darwin": Michael Behe admite (nesta obra) que os sistemas irredutivelmente complexos podem evoluir por "vias indirectas", mas que na sua opinião não são uma boa explicação.


Referências:

2 comentários:

  1. Olá Maria, tudo bem? Eu gostaria de saber se existe algum artigo científico que mostre, além de uma especiação, uma mudança de classe, ordem ou reino. Porque eu procurei e não achei, se houver me passa por favor, se não, gostaria de saber como se faz essas inferências para afirmar que um ser unicelular evoluiu até se tornar um de nós.

    Só lembrando que para os proponentes do DI, é viável a seleção natural, e tbm a questão do ancestral comum, o que não creditamos a ela é o poder dado a essas duas. Também acreditam em mutações aleatórias, mas tbm não creditamos todo o poder a ela, pois faltam dados e é temerário afirmar que através de seleção natural e mutações aleatórias um peixe tenha se transformado em réptil, mesmo por pequenas transformações, por exemplo.

    O que eu tenho visto em trabalhos é que mesmo com a especiação, como de testes com as borboletas, tentilhões, e bactérias, é que há sim uma seleção natural, a possibilidade de ancestral comum, mas não foi identificado nenhuma possibilidade em transformação em um animal de outra classe.

    Outra coisa que eu queria saber era, se o registro fóssil está tão bem esclarecido com as transições bem definidas e tudo mais, como afirmam os evolucionistas que eu conheço, porque existem os saltacionistas em contraposição aos gradualistas?

    Só algumas dúvidas que gostaria de tirar com alguém que vejo que entende do assunto.

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    1. "Eu gostaria de saber se existe algum artigo científico que mostre, além de uma especiação, uma mudança de classe, ordem ou reino." Já lhe disse que isso é impossível de observar. Isso é inferido através do calculo (estatístico) de árvores filogenéticas através de homologias (sobretudo genéticas) - ex.: faz-se a sequênciação do DNA (como se fôssemos fazer um teste de paternidade) e depois as sequências são comparadas e é calculada a relação filogenética. Só o facto de uma árvore filogenética poder ser calculada já evidencia que houve mudança de classe, família...
      Se as mutações e selecção conseguem produzir tudo isso? Grande parte, sim, mas não podemos apenas contar com aquelas mutações a nível de nucleótidos (existem também duplicações e outras mutações cromossómicas, transferências horizontais, insereção de retrovírus).

      "...porque existem os saltacionistas em contraposição aos gradualistas?" O equilibrio pontuado (presumo que seja a isso que se refere) é confuso. Tanto pode referir-se a especiação rápida como a alterações morfológicas em larga escala rápidamente (por vezes poucas mutações são necessárias). Sobre isto não sei muito. O que aprendi na faculdade não foi de encontro a este assunto.


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