O problema do ensino do criacionismo abrange o domínio do
"conforto". É mais confortável se o que se aprende na escola não
esteja contra aquilo em que se acredita. É claro que os criacionistas também
recorreriam logo á falácia do apelo á autoridade ("o professor X
disse...").
O criacionismo, pode ser ensinado nas aulas de religião e
moral, mas têm que ensinar o mito da criação cristão em conjunto com outros
mitos da criação, como o mito que é. Como cá em Portugal o ensino da religião e
moral é restrito ao catolicismo, não se deve ensinar o criacionismo como uma
opção válida, privilegiando este sobre os outros mitos e tendo em conta que a
primeira menção á evolução humana aparece no 7º ano (bem como a primeira menção
á origem da vida), enquanto que as aulas de religião e moral são leccionadas
desde o 5º ano, mantendo as crianças cujos pais são criacionistas (ou
simplesmente não se importam) no engano e na ignorância.
Conclusão e moral da história: o criacionismo não é
apropriado para crianças. É mais importante o conhecimento do que o conforto,
no que respeita a este tópico. Os filhos de criacionistas devem poder escolher
por eles mesmos em vez de serem endoutrinados quer em casa, quer na Igreja ou
na escola. As crianças podem e devem aprender sobre religião (conhecer é sempre
bom), no entanto não devem ser manipulados mentalmente para acreditarem nos
mesmos mitos em que os pais acreditam ou em que a maioria acredita (como o
criacionismo, mesmo o criacionismo “leve”, versão católica), só porque sim.
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