domingo, 2 de dezembro de 2012

Evidências a la William Lane Craig




Pois é… O William Lane Craig farta-se de escrever afirmando que não há bons argumentos a favor do ateísmo e que não se pode invocar a falta de evidências da existência de deus para concluir que ele não existe porque esta só seria importante se, da entidade que se afirma existir, seria de esperar mais evidências do que as de que se dispõe. Segundo o filósofo (?) cabe ao ateu demonstrar que se Deus existisse forneceria mais evidências da sua existência do que aqueles dos quais se dispõe.  


William Lane Craig não apresenta nenhuma evidência da existência de deus. Por razões óbvias o argumento teleológico não é sustentável á luz da ciência moderna (sintonia do universo para a morte, seres vivos com características que apoiam uma origem natural, através de processos evolutivos), o que tem implicações relativamente ao facto de deus ser a causa do universo (argumentos cosmológicos). Quanto aos outros, dependem de pressupostos muito subjectivos e sem qualquer base empírica, como os atributos de deus, a crença na ressurreição e deus como a melhor explicação para uma moral objectiva. Ou seja, talvez não seja de esperar do deus do Craig que não haja mais evidências da sua existência do as que se tem, ou seja, do que zero (0). Isso é basicamente o que se devia esperar de um unicórnio, uma fada, um duende ou qualquer outro deus, ou seja, de coisas que não existem. Se não podemos/ não devemos esperar mais do que isso concluímos que não existe. De outro modo, os argumentos a favor do ateísmo seriam relevantes e chegaríamos á mesma conclusão: descrença por falta de evidências. E sim, de facto de algo que existe espera-se mais evidências do que zero (0).     


 Referências:
«Críticas Teístas ao Ateísmo» de W. Craig in: Um Mundo sem Deus. Ensaios sobre o Ateísmo, dir. Michael Martin, Edições 70.


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