A resposta á pergunta acima é
não. Não há intenção, não há propósito no processo evolutivo de mutações
aleatórias, selecção natural e sexual e deriva genética. Como nos indica o
título da obra de Richard Dawkins que se dedica a explicar o processo
evolutivo, as forças evolutivas são como um relojoeiro cego: produzem
resultados que aparentemente parecem ter sido o resultado de uma acção
intencional, mas com uma análise mais profunda detecta-se que não são. É claro
que como analogia ou metáfora, uma pista ou escolha intencional é boa para
descrever a selecção natural, por exemplo, fazendo uma analogia com a selecção
artificial (escolha intencional) ou, para explicar a uma criança como funciona,
podemos usar a metáfora do “quente e frio” ou da escolha (intencional) das
bonecas loiras ou morenas para brincar. Mas é claro que na realidade nua e crua
não há intenção no processo evolutivo.
Esta questão lembra-me uma
conversa que tive com um criacionista* (no blog “Darwinismo”) a quem eu tentei,
durante essa conversa, explicar a diferença entre a evolução com e sem selecção
natural com a metáfora do “quente e frio”, como se ele tivesse 6 anos. Mas o
criacionista em questão nem assim conseguiu perceber nada e ao responder só
disse disparates como, por exemplo, que nesse caso também intervinha quem
fabricou a pulseira e quem dava as instruções e que eram ambos agentes
inteligentes. É triste. É muito triste que ele nem consiga perceber uma
explicação que normalmente se dá a uma criança. O QI desse criacionista deve
ser muito baixo, o que, associado à má vontade e à desonestidade, torna inútil qualquer tentativa de comunicação. Assim, é quase impossível melhorar a compreensão da pessoa.
Voltando á intencionalidade
na evolução: é exactamente por não existir intencionalidade na evolução, ou
seja, por não termos sido concebidos com um propósito que as pessoas religiosas
tiveram que continuar a acreditar no criacionismo e que o reciclar para fazer a
versão design inteligente. É que o facto da evolução não ser intencional e
funcionar tão bem como funciona, torna a ideia de um deus criador desnecessária
e explica muito bem como as coisas ocorreram, ao passo que “deus fez” no fundo
não explica nada.
*Nota: O criacionista em questão assina "jephsimple" (seguir hiperligação).
*Nota: O criacionista em questão assina "jephsimple" (seguir hiperligação).
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