O género Magicicada é constituído por espécies que durante especificamente
13 ou 17 anos (números primos) desenvolvem-se no solo, passando por 5 etapas de
desenvolvimento larvar e alimentam-se de fluidos de raízes durante esse período.
Estes insectos são designados em linguagem corrente por cigarras. Após o
período de desenvolvimento, as cigarras acasalam (e cantam) durante apenas
algumas semanas. As Fêmeas põem os ovos e de seguida os progenitores morrem. Os
ovos eclodem para substituir a geração anterior.
Uma explicação evolutiva com
pouco detalhe é que os períodos em torno dos números primos são devidos ao
facto disso limitar a oportunidade dos predadores de sincronizarem com as
cigarras (1). Os cientistas procuraram uma resposta para o facto dos períodos
serem exactamente de 13 ou 17 anos (2). Os investigadores Koenig e Liebhold
analisaram 45 anos de dados da “North America Breeding Bird Survey” e
verificaram que a população de pássaros, que se alimentam de insectos, tende a
decrescer durante os anos em que estas emergem. Uma boa explicação para todas
estas observações é que de acordo com o ciclo das cigarras ocorram alterações
na floresta a longo termo que provoquem a diminuição do número de pássaros ao
fim de 13 ou 17 anos, como por exemplo a grande quantidade de insectos mortos
que pode fertilizar o solo, levando ao crescimento de mais vegetação, o que
pode a longo termo ser prejudicial aos pássaros. São necessários mais estudos
relativamente ao assunto.
Diferentes espécies desenvolveram
diferentes ciclos de 17 ou de 13 anos. Os 3 grupos de espécies existentes
experienciaram pelo menos um episódio de divergência em ciclo de vida desde a
última era glaciar. A hipótese levantada por alguns cientistas (3) é que,
apesar de origens independentes, os 3 grupos de espécies alcançaram as suas
distribuições coincidentes actuais porque a sincronização do ciclo de vida de
congéneres invasores para a população residente permitiu escapara aos
predadores. As divergências no ciclo de vida repetidas, suportadas pelos dados,
sugerem uma base genética comum para os 2 ciclos de vida nos 3 grupos de
espécies.
É assim que se faz: primeiro
investiga-se e depois tiram-se conclusões (e não o contrário). E se for necessário
ainda mais esclarecimento sobre o assunto, continuam-se os estudos (como espero
que seja o caso).
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