Sabemos que os genes vizinhos tendem a ser herdados juntos e
que alelos que não têm qualquer vantagem evolutiva podem aumentar de frequência
ao apanharem boleia com os genes vizinhos que são positivamente seleccionados.
Como referido anteriormente, em certos casos este fenómeno pode contribuir para
a especiação quando 2 populações divergem. Mas também pode contribuir para que
certas mutações prejudiciais, que estão no gene vizinho do gene benéfico,
aumentem de frequência numa população, explicando porque é que algumas doenças
são tão comuns nos humanos, por exemplo.
Cientistas procuraram evidências de que isso aconteceu no
genoma humano.
Para verificarem se os SNP’s (single nucleotide polymorphisms)
eram neutros, os investigadores usaram o seguinte raciocínio: se uma alteração
em particular também é encontrada noutros animais, é provável que seja neutra,
sendo bom saber que 72% dos genes de doenças humanas conhecidas foram
classificadas como prejudiciais usando este método (1). Os SNP’s prejudiciais
(em zonas em que se verificasse o fenómeno inicialmente descrito) deveriam ter
uma frequência elevada comparados com os neutros. E foi esse o caso. Além
disso, a taxa de SNP’s prejudiciais deveria ser mais elevada quanto mais
próximo da região vizinha do gene positivamente seleccionado em que os genes
costumam “apanhar boleia” e decrescer com a distância, pois genes mais
afastados têm mais tendência a ser separados por recombinação e isso também se
verificou. Ao fornecer evidência para a riqueza em variantes nocivos das
regiões de boleia, os autores do estudo intitulado “Evidence for
Hitchhiking of Deleterious Mutations within the Human Genome” (2) também
forneceram evidência de que estas regiões são indicativos da influência de
selecção positiva. O estudo é de leitura aconselhável.
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