Actualmente existem cerca de 4000
espécies de baratas que têm diversos habitats (florestas, desertos,…) e apenas
1% das baratas vivem entre os humanos, encontrando-se apenas uma espécie a
viver exclusivamente entre humanos e em construções humanas: a barata alemã (Blattella germanica).
Em 1980, fabricantes
começaram a fazer iscos de baratas com glicose (doce) combinado com
insecticidas mortais. Em 1993, muitas populações de baratas de alguma forma
desenvolveram uma aversão ao isco. Agora, 20 anos depois, em 2013, os
cientistas finalmente entendem como as baratas venceram essas armadilhas.
Acontece que a glicose faz
disparar os receptores amargos dos insectos. Esta característica espalha-se
rapidamente pela população pois quem sobrevive ao veneno é quem vive para se
reproduzir, espalhando assim os seus genes. Alguns cientistas colocaram uma
hipótese em que as mudanças no sistema gustativo periférico são responsáveis
pela aversão á glicose. Em ambos os tipos de baratas – tipo selvagem e com
aversão á glicose (GA), a D-frutose e a D-glicose estimulavam os neurónios
receptores gustativos de açúcar (GRNs), enquanto que a cafeína estimulou os
receptores amargos. Em contraste, nas GA, a D-glicose também estimulou os
receptores amargos e suprimiu as respostas á outra estimulação. Assim, a
D-glicose é processada tanto como um um estimulante para morder o isco, como um
“alerta” para as dissuadir de comerem o isco. Nas GA, esta capacidade
recém-adquirida provocou a evasão das baratas ao veneno em várias populações de
baratas alemãs. (1) Mais um exemplo de evolução por selecção natural.
Coby Schal, um entomologista
urbano na Universidade Estatal da Carolina do Norte (E.U.A.) e co-autor do
estudo onde a hipótese anteriormente mencionada foi proposta comentou a
situação do seguinte modo: “Quando arranjamos qualquer coisa, elas arranjam uma
adaptação para sobreviver.” (2)
Por puro gozo fui ver o que os
criacionistas disseram no AIG e, tal como eu previa, eles disseram que
continuavam a ser baratas (what else is new?) e que isso não era evolução de
moléculas para pessoas (3). De moléculas para pessoas não, mas o mecanismo básico,
por exemplo de peixes para pessoas é o mesmo: selecção natural. «Mas continuam
a ser baratas!» E o que é que queriam que fossem? Passarinhos?
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