A Teoria sintética da evolução não é apenas um conjunto de
pressupostos, mas exactamente por ser uma teoria e não uma mera hipótese
existem dados que a apoiam - evolução e especiação de bactérias em laboratório,
formas intermediárias fósseis, a presença de retrovírus endógenos no mesmo
loccus no genoma humano e no do chimpanzé e ainda o facto de apenas 2% do
genoma humano ser codificante.
Segundo os “teóricos da tautologia”, a TE diz que os mais
aptos sobrevivem, mas define os mais aptos como sendo os que sobrevivem, o que
é uma tautologia pois é sempre verdade por definição, mas não pode ser
comprovada nem refutada, constituindo uma descrição e não uma explicação.
Isto é tão tautológico como x ser 4 porque o seu dobro é 8
(e 8 pode ser definido como o dobro de 4), o que não é de todo falso, não
apenas por definição, mas porque a matemática assim o demonstra - o que não
ocorre com uma verdadeira tautologia. No entanto a teoria da evolução não
define propriamente os mais aptos como aqueles que sobrevivem, mas como aqueles
que têm determinadas características seleccionadas naturalmente consoante o
fundo genético de uma população (dependendo também de factores como a deriva
genética, que se baseia na segregação alélica, e mutações e isolamento
geográfico) que lhe permitem melhor desempenho, o que, volto a repetir, não é
um objectivo e sim uma consequencia – assim como 8 não é obrigatoriamente
definido como o dobro de 4.
Além de tudo isto, a teoria
sintética da evolução tem alguns pressupostos (para não afirmar uma maioria)
apoiados por factos e fenómenos, o que, por definição, não acontece com uma
tautologia.
No que toca ainda à selecção natural, foram realizados
vários estudos em bactérias, pois estas têm uma vida curta para cada geração,
possibilitando a sua observação á escala da vida humana e adaptam-se com
facilidade (como exemplo, a crise da resistência aos antibióticos). Numa
experiencia, foram colocadas estirpes geneticamente idênticas de E. Coli num
meio de cultura com certas condições de nutrição. Estas ao longo degerações
acumularam novas mutações, de modo a aumentarem a sua taxa de crescimento,
mesmo em condições adversas,sendo seleccionados os que sofriam essas mutações
benéficas. Só por isto se nota que a teoria da evolução por selecção natural não pode ser
uma tautologia, pois é testável - neste estudo pode-se afirmar que foi medida
indirectamente uma diferença adaptativa consoante as modificações genéticas
(que provocam por vezes alterações morfológicas), o que descarta também o
pressuposto de que um organismo tem que estar "todo montado" para
funcionar. Temos o exemplo do dito "flagelo incompleto" de Y. pestis,
que terá vantagens diferentes do flagelo rotatório. Nese caso, a estrutura tem como função injectar substancias quimicas nas células que ataca.
Além disto, como é que
algém pode afirmar que se tratam de decrições e não explicações?
Se as espécies diferem geneticamente umas das outras e
algumas dessas diferenças podem afectar a capacidade individual de
sobrevivência e reprodução no seu ambiente, então na próxima geração os genes
que geram maior capacidade de sobrevivência e reprodução terão mais cópias no
fundo genético de uma população. Ao longo do tempo, esta vai-se tornando cada
vez mais adaptada, pois é um fenómeno cumulativo. As populações em que não é
possivel adaptação, são extintas - isso é real em certos casos, mas não se pode
esperar que seja para todos os casos. Não me parece que seja apenas uma
descrição. Além disso, há uma área chamada evolução de sistemas bioquímicos,
que é bastante recente (ex: estudo da evolução de proteinas a partir de um ancestral comum, como a do
fibrinogénio).
Por tudo o que foi mencionado neste texto, o argmento da tatologia não demonstra que a teoria da
evolução deve ser descartada sendo tautológica, antes pelo contrário. Esta nem
pode ser designada como tautologia, por definição, pois a acção selecção natural é um pressuposto já testado. .
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