O traço de anemia falciforme (HbAS) é conhecido por conferir
resistencia á infecção pelo parasita da malária (que infecta as hemácias). Com
este tipo de anemia falciforme, o paciente é capaz de sobrevivência com
qualidade de vida relativamente aos portadores das versões mais graves da
doença. Esta mutação tem bastante incidência em países em que a malária é uma
ameaça á saúde humana (continente africano), não sendo nem de perto exclusiva
destes.
Um estudo revela que as crianças mais novas
foram melhor protegidas
contra a densidade parasitária elevada (2 anos de idade: densidade
relativa = 0,24, 95% CI, 0,10-0,54,
P = 0,001; aos 9 anos de idade: densidade relativa = 0,59, 95% CI, 0,30-1,19, P = 0,14), sugerindo um mecanismo inato de defesa contra este parasita.
Esta alteração é claramente benéfica em ambientes cuja
iminência de infecção por malária é acentuada, sendo por isso intensamente
disseminada em países africanos, pela acção da selecção natural. Esta mutação
teria surgido aleatoriamente na espécie.
Se a mutação fosse inteligentemente guiada seria de esperar
que apenas as pessoas provenientes de ambientes de risco possuíssem a alteração
e não é isso que acontece. Seria também de esperar que fosse essa a única
variante da doença para que não fosse prejudicial.
O caso da anemia falciforme é um exemplo de como processos
cegos trazem vantagem evolutiva.
Referencias:
Blood. 2012 Apr
19;119(16):3808-14. Epub 2012 Feb 10.
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