sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A Anemia Falciforme: Mutação Aleatória Potencialmente Benéfica



O traço de anemia falciforme (HbAS) é conhecido por conferir resistencia á infecção pelo parasita da malária (que infecta as hemácias). Com este tipo de anemia falciforme, o paciente é capaz de sobrevivência com qualidade de vida relativamente aos portadores das versões mais graves da doença. Esta mutação tem bastante incidência em países em que a malária é uma ameaça á saúde humana (continente africano), não sendo nem de perto exclusiva destes.

 

Um estudo revela que as crianças mais novas foram melhor protegidas contra a densidade parasitária elevada (2 anos de idade: densidade relativa = 0,24, 95% CI, 0,10-0,54, P = 0,001; aos 9 anos de idade: densidade relativa = 0,59, 95% CI, 0,30-1,19, P = 0,14), sugerindo um mecanismo inato de defesa contra este parasita.

 

Esta alteração é claramente benéfica em ambientes cuja iminência de infecção por malária é acentuada, sendo por isso intensamente disseminada em países africanos, pela acção da selecção natural. Esta mutação teria surgido aleatoriamente na espécie. 

 

Se a mutação fosse inteligentemente guiada seria de esperar que apenas as pessoas provenientes de ambientes de risco possuíssem a alteração e não é isso que acontece. Seria também de esperar que fosse essa a única variante da doença para que não fosse prejudicial.

O caso da anemia falciforme é um exemplo de como processos cegos trazem vantagem evolutiva.  


Referencias:

Blood. 2012 Apr 19;119(16):3808-14. Epub 2012 Feb 10.

Evidence for both innate and acquired mechanisms of protection from Plasmodium falciparum in children with sickle cell trait.

 
 
 

 

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