Casos de especiação com
incompatibilidade genética podem ocorrer á escala da vida humana (em ‘tempo
real’). Quem não aceita a ‘macro-evolução’ como um facto verificável devia
fazer uma visita ao pubmed ou ler revistas científicas.
Um estudo muito interessante
realizado em 2007 com culturas de fungos documenta a ocorrência (e uma possível
explicação).
O estudo
demonstrou três
aspectos importantes da especiação num micróbio de desenvolvimento complexo e eucarionte, a
qual ocorreu na cultura de fungos.
- Selecção divergente
sobre uma população, de fundação
comum resultou na adaptação divergente e especialização ambiental.
Populações evoluíram e típicamente tiveram maior aptidão no seu ambiente
selectivo do que no ambiente alternativo em que não tinha evoluído - correlação negativa entre aptidão e mudança de ambientes.
- Adaptação divergente
resultou em maior isolamento
reprodutivo do que a adaptação paralela. Evidência para o sucesso reprodutivo diferencial foi observado em duas fases do ciclo sexual: produção de
uma estrutura envelope (peritécio) e viabilidade da prole.
A base genética para um dos fenótipos de incompatibilidade observados pode ser explicada por um
modelo 2-locus, 2-alelos com epistase (assimétrica e antagonista) – fenómeno em que os efeitos de um gene são
modificadas por um ou vários
outros genes; refere-se às propriedades estatísticas do fenómeno, e
não implica necessariamente interacção bioquímica.
- Os efeitos de adaptação
divergente no isolamento reprodutivo foram mais
pronunciados para populações com maior variação genética inicial.
Hibridação interespecífica pode
produzir variação nova que
permite que as populações sigam certas trajectórias evolutivas. Em conjunto, os resultados reforçam a hipótese de que,
dada a variação genética posição adequada,
a adaptação divergente pode causar
indiretamente a evolução do sucesso
reprodutivo diferencial, e,
eventualmente, levar a especiação.
Ocorreu adaptação
divergente (por selecção natural de certas características), mutação,
modificação fenotípica e verificou-se alguma incompatibilidade genética (vêem
criacionistas? Não é necessário nada de sobrenatural!)
Mas criacionista
que se preze nunca muda de opinião: “ Mas continua a ser um fungo!”, e depois
enfiam os dedos nos ouvidos e “Lá lá lá lá lá lá lá”.
Conhecem-se
alguns casos na natureza de hibridação com descendência fértil entre 2 espécies
diferentes, tanto em plantas como em animais (aves, aves, peixes e,
possivelmente, em primatas).
O conceito de
espécie é arbitrário, no entanto há consenso suficiente para ser
disponibilizada uma base de dados oficial.
Referências:
BMC Evol Biol. 2008 Jan 31;8:35.
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