A evolução é um facto. A
macro-evolução é um facto e a micro-evolução é um facto. Ao longo da redação
deste blog fui aprofundando cada vez mais o assunto da ancestralidade comum. A
elevada probabilidade de todos os seres vivos partilharem um ancestral comum
leva a concluir que a macro-evolução é um facto. A Teoria da Evolução trata do
modo como as transformações ocorreram: mutações genéticas e epimutações,
selecção natural, deriva genética e por vezes isolamento geográfico - de uma forma
medianamente gradual, não sendo de descartar a teoria do equilibrio pontuado.
Transições macro-evolutivas - especiação, ocorrem á escala da vida humana e da
história humana, não só em micróbios, mas também em animais, como o salmão. Em
espécies com reprodução sexuada, o impedimento (natural) dos cruzamentos é um
factor preponderante na diferenciação entre 2 espécies (pode ser por exemplo a
desova em periodos de tempo diferentes, que se traduz em alterações genéticas).
O processo de especiação por diferença de ciclo de desova é actualmente
observado em populações de salmões (animais complexos e sexuados) que estão a
atingir a diferenciação entre espécies. Os factores que originam as
macro-transições observáveis são os supra-citados - eles de facto causam
macro-transições. A evolução é um problema histórico, pelo que as
macro-transições históricas e o modo como ocorreram, obviamente, não podem ser
observados, mas sim indiciados/evidenciados e inferidos (permanecendo assim,
como teoria cientifica), através da inferencia da vantagem evolutiva que
determinadas caracteristicas teriam, através de análises comparativas
bioquímicas, de proteínas e DNA, da análise do registo fóssil –temos um óptimo
exemplo no registo fóssil relativo á evolução humana da transição entre
géneros.
O género Homo teria
surgido entre 2,5 milhões e 2 milhões de anos, a partir de alguma espécie de Australopithecus.
Entre as características distintivas do género Homo estão alterações no
maxilar e nos dentes, locomoção obrigatoriamente bípede e um crânio mais
volumoso (com capacidade interna de 600 a1.300 cm3 ou mais). A transição entre
a linhagem de Australopithecus que deu origem ao género Homo e,
dentro deste, à espécie H. sapiens pode ser caracterizada pela evolução
dessas características e por mudanças no comportamento social e cultural.
Com base no exame de restos
fósseis dos esqueletos de dois indivíduos, um adulto e uma criança, encontrados
na África do Sul e com datação estimada em 2,3 milhões de anos, um grupo de
pesquisadores descreveu e nomeou uma nova espécie de antropoide, o Australopithecus
sediba Do artigo, publicado em Abril na revista científica Science (v.
328, no
5.975, p. 195), pode-se destacar o facto dos restos fósseis
indicarem que a A. Sediba tinha mais caracteres em comum com as
primeiras linhagens do género Homo do que qualquer outra espécie de Australopithecus
e o facto de muitas características serem comuns a 3 espécies: A. africanus,
A. sediba e H. Habilis.
A nova espécie seria, portanto,
o ‘elo’ mais recente – ao menos entre as espécies conhecidas – na transição
entre os australopitecíneos e o género Homo. Assim, A. sediba parece
ser forte candidato a ocupar uma posição-chave na árvore evolutiva dos
antropoides, aplainando ainda mais o caminho que leva dos Australopithecus às
primeiras linhagens do género Homo.
Outros
elementos do registo fóssil, quando combinados com a análise bioquímica
evidenciam fortemente macro-transições a partir da possibilidade de inferência
de ancestralidade comum – por exemplo, no caso dos repteis, aves e mamíferos.
Apesar das macro-transições
históricas estarem fora do alcance da observação directa, novas
macro-transições (em menor escala, caso da especiação) podem ser observadas e
estudadas.
A evolução natural é um facto.
Aprendam a lidar com isso.
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