As lentes estão presentes nos
olhos mais complexos. Acumulam proteínas globulares solúveis em água,
denominadas por cristalinos. Estas proteínas não são especificas unicamente
para as suas funções ópticas. São muitas vezes enzimas comuns expressas em
menor escala noutros tipos de tecido, mesmo as que são comuns a todos os
vertebrados. Os genes codificam proteínas com mais do que uma função (fenómeno também
observado como o resultado do processo evolutivo de bactérias em laboratório).
Um método de acumulação num
tecido é que o gene em causa esteja muito activo nesse tecido. O que ocorreu ao
longo da evolução é que cadeias curtas de DNA (elementos de controlo-cis) nos
promotores e enhancers de certos genes, que originalmente não eram genes de
cristalino sofreram modificações sequenciais independentes, tornando-os capazes
de se ligarem a factores de transcrição usados no desenvolvimento das lentes.
Muitos cristalinos recrutados
continuam também com os seus padrões originais de expressão, enquanto
desempenham funções ópticas.
A medusa, por exemplo, possui a
proteína PaxB como factor de transcrição em vez da Pax6 e ambos partilham um
ancestral comum, que evoluiu para o Pax B, através de duplicações e mutações. Os
cristalinos evoluíram paralelamente, convergentemente – pressões selectivas idênticas
levam á preservação de características semelhantes.
A célula fotorreceptora combinada
com a célula de escudo escuro, terá originado os primeiros ‘olhos’.
Referências:
A Genetic Perspective
on Eye Evolution: Gene Sharing, Convergence and Parallelism Joram Piatigorsky, Evo
Edu Outreach (2008) 1:403–414.
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