sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Evolução do Olho II: Uma Perspectiva Molecular



As lentes estão presentes nos olhos mais complexos. Acumulam proteínas globulares solúveis em água, denominadas por cristalinos. Estas proteínas não são especificas unicamente para as suas funções ópticas. São muitas vezes enzimas comuns expressas em menor escala noutros tipos de tecido, mesmo as que são comuns a todos os vertebrados. Os genes codificam proteínas com mais do que uma função (fenómeno também observado como o resultado do processo evolutivo de bactérias em laboratório).

Um método de acumulação num tecido é que o gene em causa esteja muito activo nesse tecido. O que ocorreu ao longo da evolução é que cadeias curtas de DNA (elementos de controlo-cis) nos promotores e enhancers de certos genes, que originalmente não eram genes de cristalino sofreram modificações sequenciais independentes, tornando-os capazes de se ligarem a factores de transcrição usados no desenvolvimento das lentes.

Muitos cristalinos recrutados continuam também com os seus padrões originais de expressão, enquanto desempenham funções ópticas.

A medusa, por exemplo, possui a proteína PaxB como factor de transcrição em vez da Pax6 e ambos partilham um ancestral comum, que evoluiu para o Pax B, através de duplicações e mutações. Os cristalinos evoluíram paralelamente, convergentemente – pressões selectivas idênticas levam á preservação de características semelhantes.

A célula fotorreceptora combinada com a célula de escudo escuro, terá originado os primeiros ‘olhos’.

 

Referências:

 

A Genetic Perspective on Eye Evolution: Gene Sharing, Convergence and Parallelism Joram Piatigorsky, Evo Edu Outreach (2008) 1:403414.

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