Há crianças que fazem chichi na cama. Algumas é porque têm
algum transtorno psicológico ou físico (ou ambos). Outras é pura e simplesmente
por birra ou preguiça.
Quando era pequena conheci um rapazinho que fazia chichi na
cama de propósito porque não queria levantar-se para ir á casa de banho (uma
vez o chichi até saiu fora da cama). Vangloriava-se do seu próprio chichi
quando o colchão tinha que ser levado para fora de casa. A mãe levou-o a um
psicólogo infantil e a resposta foi: o menino não tem nenhum transtorno
psicológico. A mãe levou-o ao médico e a resposta foi: o menino não tem nenhum
problema físico. Então quais são as opções? Birra. Birra para não ir á casa de
banho, para chatear e por preguiça total e absoluta.
No caso dos criacionistas, que não têm nenhuma patologia ou
défice cognitivo, é exactamente a mesma coisa: Birra. Birra e preguiça
intelectual. A parte da birra neste caso refere-se ao fundamentalismo religioso
e a parte da preguiça refere-se claramente ao uso indiscriminado do argumento
da ignorância. A birra já dura há mais de 150 anos, no que respeita á área da
biologia. É uma birra. É tapar os ouvidos, é fazer-se de surdo e de cego. “Serginho, não
podes continuar a fazer chichi na cama! É falta de higiene e não tens idade
para isso.” Mas a criança faz-se de surda e continua a fazer birra. Esta é
talvez a melhor analogia que se pode fazer com o comportamento dos
criacionistas.
Quando Charles Darwin propôs a Teoria da Evolução, ‘o chichi
saiu para fora da cama’ – um corpo de macaco com a cara de Darwin ‘saiu’ para
que o público pudesse ridicularizar um dos precursores da biologia moderna. Mas
ainda hoje os criacionistas se vangloriam dos seus ‘contributos’ para a
biologia moderna. No entanto, como uma criança que quer poder voltar a ver
televisão no quarto, a Igreja Anglicana pediu perdão a Darwin pelo chichi que
saiu fora da cama (um pouco tarde para ver televisão?).
Mas há crianças que não mudam. O serginho tinha 10 anos e
ainda fazia chichi na cama. Quanto aos criacionistas, são fixistas até no
entendimento que têm dos factos, que em muitos casos nada melhorou.
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