A Teoria do RNA World (parte da teoria abiogénica) afirma que o ‘ancestral’ de formas de vida relativamente simples teria a sua base numa molécula auto-replicadora (e auto-catalizadora), muito provavelmente o RNA, que se teria formado naturalmente.
Muitas vezes o conjunto das ocorrências abordadas pela teoria é designado de evolução química (ou pré-biótica). Esta teoria é apoiada pelos dados disponíveis.
1. Afinidade directa de RNA para aminoácidos (um “código”) verificada
2. Sequencias muito pequenas de RNA, de 5 nucleótidos (de síntese natural
muito mais fácil do que as ribozimas que actualmente actuam nas células) podem
catalisar reacções de síntese de RNA e péptidos – um processo como este pode
ter originado o crescimento das cadeias de RNA, que teria afinidade directa
para péptidos e que mais tarde pode ter desenvolvido uma relação de cooperação
com estes, utilizando-os como catalisadores, por exemplo
4. Existiram alguns factores preponderantes nas etapas pré-bióticas -
ex.: alterações de pH, decaimento radioactivo de determinados elementos, o
facto do RNA que contém D-ribose se ligar á L-histidina mais facilmente do que
á D-histidina, selecção natural, …
Estes (e outros) dados demonstram algumas inconsistências dos argumentos que Meyer apresenta na obra “Signature in the cell”. Aqui estão elas:
1. Afinidade directa de RNA para aminoácidos (um “código”) verificada
2. Sequencias muito pequenas de RNA, de 5 nucleótidos (de síntese natural
muito mais fácil do que as ribozimas que actualmente actuam nas células) podem
catalisar reacções de síntese de RNA e péptidos – um processo como este pode ter
originado o crescimento das cadeias de RNA, que teria afinidade directa para
péptidos e que mais tarde pode ter desenvolvido uma relação de cooperação com
estes, utilizando-os como catalisadores, por exemplo – ao contrário do que
Meyer afirma, foi demonstrado que é possível a síntese de longas cadeias sem ‘engenharia’.
5. O nosso genoma (e outros de dimensões semelhantes) é constituído por
40-50% de sequências repetitivas com pouco valor informativo (LINEs, SINEs,
duplicações segmentais) – ao contrário do que Meyer afirma, que a informação no
genoma humano está muito concentrada.
6. Sem um humano para verificar o “código”, este não seria um 'código' - esta designação foi criada pelo Homem, para comunicar sobre ocorrências
naturais em estudo.
É habitual observar o argumento que afirma que os críticos do Design Inteligente não demonstraram que processos naturais podem originar informação biológica – presente no código genético. Esta possibilidade (como foi aqui explicitado) é bastante bem indiciada pelos dados disponíveis. Os críticos do design inteligente podem, então, afirmar que os proponentes deste ainda não conseguiram demonstrar que não é possível (os cálculos probabilísticos efectuados não se aplicam ao caso em estudo) e muito menos que existe inteligência na terra e suas proximidades além da conhecida pela ciência.
Já chega de estupidez, criacionistas. A ciência não “morre”só por vocês pedirem ao vosso deus que isso aconteça.
Sem comentários:
Enviar um comentário