O processo
de endossimbiose (incorporação de bacterias e estabelecimento da relação
simbiótica), que inclui a evolução de sistemas de transporte complexos, perdas
e ganhos de intrões e de genes, tem-se demonstrado dificil de
solucionar. No entanto alguns estudos foram bem sucedidos.
Talvez
as primeiras transferencias tivessem sido semelhantes ás transferencias
horizontais que actualmente se observam e que trazem bastante vantagem (Ex.: entre bactérias e entre humanos e o parasita
da malária). Os mecanismos regulatórios teriam evoluido posteriormente a partir
de percursores ou existriam antes condições para que tal acontecesse. Estas
modificações claramente conferiram vantagem evolutiva. Já existem
estudos que confirmam que as proteinas envolvidas no transporte
nucleo-mitocondria evoluiram de proteínas pre-esxistentes que teriam funções
diferentes (http://allthatmattersmaddy32.blogspot.com/2012/09/evolucao-de-maquinas-moleculares.html).
Passar de genomas que têm intrões a genomas que não têm, não é dificil
de encaixar na Teoria Endossimbiótica. Bacterias perderem genes em
fenomenos de transferencia não é assim tão estranho.
O contrário,
o aparecimento de intrões é estranho mas estes poderiam vir do nucleo ou ainda
de outro simbionte que teria sido incorporado. Um exemplo de transferência
horizontal com ganho de intrões por uma das partes é a transferência de intrões
do grupo II das mitocôndrias para a Chattonella. Quanto á perda de intrões pela
mitocondria, comparando as estruturas intrónicas e exónicas de 64 genes
derivados de mitocôndrias, transferidos para o nucleo, pode-se refazer a
história do ganho de intrões no núcleo (e perda na mitocondria) – e isto já foi
feito.
Além de tudo
isto, neste raciocinio é apenas considerada a teoria dos ‘intrões tarde’ – as
primeiras bacterias não teriam intrões, que não é a única com evidências a seu
favor. Há que considerar a teoria dos ‘intrões cedo’ – as primeiras bactérias
teriam intrões e os intrões a partir daí, teriam sido perdidos e/ou ganhos, ou
não teriam sido perdidos de todo.
O cenário da origem e evolução dos intrões, mais compatível com os resultados de genómica comparativa e considerações teóricas é o seguinte: intrões capazes
de auto-splicing desde os primeiros
estágios da evolução da vida –
intrões invadiram genes emergentes durante eukaryogenesis, perdas e ganhos de intrões. A invasão por
intrões, provavelmente, provocada
pela endossimbionte mitocondrial,
pode ter criticamente contribuiu para o aparecimento das
características da célula
eucariótica.
Relativamente a certas proteínas do
complexo TOM (tom70), o caso já foi estudado, comprando com cianobacterias – e
em principio a sua origem estaria nas cianobacterias e conseguiram ainda
relacionar a tom40 com uma proteína semelhante em bacterias.
As transportadoras IM entram na mitocôndria através da proteína porosa Tom40, auxiliadas por um receptor Tom70, chaperona periplasmica e do complexo proteico Tim22.
As transportadoras IM entram na mitocôndria através da proteína porosa Tom40, auxiliadas por um receptor Tom70, chaperona periplasmica e do complexo proteico Tim22.
A proteína Tom40 evolui suficientemente devagar para os homólogos serem
detectados no interior do núcleo, mas não para identificação inequívoca de um
ancestral procarionte. Estudos sugerem que esta evoluiu a partir de uma
proteína do tipo β-barrel (poro) de uma proteobacteria, que secreta proteínas
do pilus e usa chaperonas periplásmicas.
O complexo TIM22 apresenta alguma homologia com a proteina de membrana
importadora de leucina de proteobacterias, LivH, o que confirma a sua origem
bacteriana.
Referências:
Biochim Biophys Acta. 2010 Jun-Jul;1797(6-7):1292-9. Epub
2010 May 5. – Structure and evolution of mitochondrial outer membrane proteins
of beta-barrel topology, Zeth K.
Proc Biol Sci. 2006 August 7; 273(1596): 1943–1952. – Origin
of mitochondria by intracellular enslavement of a photosynthetic purple
bacterium, Thomas Cavalier-Smith
Protist. 2009 Aug;160(3):364-75. Epub 2009 Apr 5. -
Mitochondrial group II introns in the
raphidophycean flagellate Chattonella spp. suggest a diatom-to-Chattonella
lateral group II intron transfer, Kamikawa R, Masuda I, et al
BMC Evol Biol. 2010 Feb 23;10:57 – Evolution of spliceosomal introns
following endosymbiotic gene transfer, Ahmadinejad N, Dagan T, et al
Biol Direct. 2006 Aug 14;1:22 - The origin of introns and their role in eukaryogenesis: a compromise
solution to the introns-early versus introns-late debate?, Koonin EV.
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