domingo, 14 de outubro de 2012

Evolução: Do Australopithecus ao Homo



Pensem num teste de paternidade ou num teste para determinar se 2 indivíduos são irmãos: seriam capazes de afirmar que 2 pessoas cujo resultado desse positivo para esse grau de parentesco tinham sido criadas individualmente? Agora imaginem os mesmos princípios aplicados a indivíduos que teriam uma ancestralidade comum muito, mas muito mais antiga do que, por exemplo, irmãos e vão recuando milhões e milhões de anos. Então, tentem relacioná-los através de analises de DNA. É isso que os cientistas fazem com, por exemplo, repteis e aves. E encontraram evidências de ancestralidade comum, tal como aconteceu com as análises comparativas entre o genoma do chimpanzé e do Homem: 75% de semelhanças no total e 98% no genoma codificante.

Como seriam os nossos ‘avós’ de há 2 mil anos? Humanos. E os nossos avós de há 2 milhões de anos? Algo de semelhante a uma espécie do género Australopithecus (que tem algumas parecenças com um chimpanzé), talvez com algumas características semelhantes ás das espécies do género Homo. Não encontraram a ‘avó’, mas encontraram a ‘tia’.

 

O género Homo teria surgido entre 2,5 milhões e 2 milhões de anos, a partir de alguma espécie de Australopithecus. Entre as características distintivas do género Homo estão alterações no maxilar e nos dentes, locomoção obrigatoriamente bípede e um crânio mais volumoso (com capacidade interna de 600 a1.300 cm3 ou mais). A transição entre a linhagem de Australopithecus que deu origem ao género Homo e, dentro deste, à espécie H. sapiens pode ser caracterizada pela evolução dessas características e por mudanças no comportamento social e cultural.

Com base no exame de restos fósseis dos esqueletos de dois indivíduos, um adulto e uma criança, encontrados na África do Sul e com datação estimada em 2,3 milhões de anos, um grupo de pesquisa­dores descreveu e nomeou uma nova espécie de antropoide, o Australopithecus sediba Do artigo, publicado em Abril na revista científica Science (v. 328, no 5.975, p. 195), pode-se destacar o facto dos restos fósseis indicarem que a A. Sediba tinha mais caracteres em comum com as primeiras linhagens do género Homo do que qualquer outra espécie de Australopithecus e o facto de muitas características serem comuns a 3 espécies: A. africanus, A. sediba e H. Habilis. .

A nova espécie seria, portan­to, o ‘elo’ mais recente – ao me­nos entre as espécies conhecidas – na transição entre os australo­pitecíneos e o género Homo. Assim, A. sediba parece ser forte candidato a ocupar uma posi­ção-chave na árvore evolutiva dos antropoides, aplainando ainda mais o caminho que leva dos Australopithecus às primeiras linhagens do género Homo.

A dificuldade está no facto dos criacionistas não conseguirem lidar com o facto do seu ancestral de há 2 milhões de anos não ser humano e muito menos com o facto do seu derradeiro ancestral ser semelhante a uma bactéria.

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