A hemoglobina humana é constituída por 2 cadeias de
alfa-globulinas e 2 de beta-globulinas associadas a um grupo heme (não
proteico, que contém ferro). A hemoglobina da bactéria é uma versão mais
simples, menos evoluída da nossa hemoglobina. Apresenta apenas um tipo de
globulinas e o gene que a codifica não possui intrões. Há 450 milhões de anos
formaram-se a partir de uma mesma família as famílias de genes das alfa e beta
globulinas (multigénicas agrupadas), por duplicação genética (por crossing-over
desigual) e modificação. A hemoglobina é um óptimo indicador da nossa
ancestralidade comum com seres muito simples como as bactérias, bem como com os
animais invertebrados, que possuem também uma proteína semelhante.
Os genes duplicam-se, fundem-se (tal como os cromossomas),
convertem-se noutros genes, sofrem mutações… Nada tem de estranho que isto
tenha contribuído imenso para a nossa evolução, nem que o estudo das semelhanças
e diferenças genéticas nos indique ancestralidade comum.
Então, de que se queixam os criacionistas? Eu tenho a
resposta: queixam-se dos cientistas não aceitarem como válida a ‘hipótese’ de
um criador comum.
As homologias e ortologias são evidência de ancestralidade
comum. Que as caracteristicas genéticas são herdadas através da reprodução, isso
é um facto. Se algum deus andou a 'inventar' moléculas de DNA, isso não é um
facto. Tão simples quanto isso.
Pois é… Este argumento é talvez um dos piores. Até um pessoa
que perceba pouco ou nada de genética molecular dá conta da asneira. Mas eles
não desistem, embora no fundo saibam que não têm razão.
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