As sinapses são as regiões dos neurónios nas quais o impulso
eléctrico passa a químico – neurotransmissores – de libertação estimulada por
impulso eléctrico.
O impulso eléctrico é apenas ‘onda passiva’ de iões (embora
o potencial de acção nos neurónios funcione de um modo mais complexo). Para
iniciar esta onda são necessários canais iónicos – proteínas da membrana
celular.
Estudos comparativos demonstram que estes canais tiveram
origem em proteínas bacterianas que regulavam as concentrações iónicas na
célula.
Mas nos neurónios existe um tipo diferente de canais iónicos
regulados pela actividade eléctrica, os quais também tiveram origem em
proteínas bacterianas. Os primeiros neurónios (primitivos) surgiram por co-opção
dos vários canais iónicos.
Os sinais eléctricos básicos surgiram provavelmente ainda
antes da vida multicelular – este sistema é utilizado por paramécias para
orientação face a obstáculos.
O aumento das dimensões corporais estaria relacionado com a
eficiência necessária na transmissão de informação – indivíduos em que a
transmissão não era eficiente estariam em desvantagem.
Através de duplicações genéticas, mutações e co-opção (e
selecção natural), os primeiros neurónios mais complexos foram produzidos em
seres multicelulares primitivos.
Relativamente ás sinapses, as mais primitivas seriam simples
poros entre células vizinhas, as quais derivam de proteínas de junções
comunicantes (“gap junctions”), que evoluíram pela mesma altura que os
organismos multicelulares. De novo estas proteínas foram co-optadas. As
primeiras transmitiam impulsos eléctricos. Versões mais modernas, tal como
actualmente, transmitiam neurotransmissores, que regulam através de ligações ás
proteínas dos canais, o tráfego iónico.
A proteína receptora de glutamato remonta ás bactérias e
teria sido co-optada quando as células passaram a libertar deste modo o
glutamato.
Mais uma vez, duplicação genética, e mutações originaram
vários tipos de receptores.
Sistemas simples podem ser observados em anémonas, que têm
apenas “out put” e “in put”, praticamente sem processamento no meio.
O cérebro de C. elegans tem apenas 302 neurónios, mas
conjuntos ainda mais reduzidos são capazes de “decisão”.
As proteínas envolvidas nos processos regulatórios foram
também co-optadas.
Ao observar os cérebros de vários tipos de animais, a sua
origem comum é notória.
*Nota: co-opção: elementos existentes passam a desempenhar
novas funções quando propício.
O vídeo apresentado demonstra de modo ilustrativo e
esquemático, o modo como tudo isto funciona e evoluiu e como os cérebros
demonstram origem comum:
O video referencia vários artigos passados por revisão de pares sobre o assunto.
Alem de tudo isso, ilustra bem como uma estrutura pode
parecer irredutivelmente complexa e não ser.
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